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Sobre a percepção da própria pequenês, trabalho demais e mãos bem hidratadas.

sábado, 18 de agosto de 2012

Quem realmente lê o blog deve ter notado (ou não) que eu diminuí bastante a frequência com a qual escrevo meus textos aqui, isso se deve a dois motivos básicos: o primeiro é que estou realmente desanimado em escrever quaisquer coisas, nos últimos tempos tenho estado bastante deprimido e é um daqueles casos nos quais escrever não alivia em nada, algumas vezes até irrita, então estou dando uma pausa maior entre uma postagem e outra. E mesmo ainda longos, não sei se notaram, mas meus textos andam mais curtos. O outro motivo é que realmente ando trabalhando muito nesse meu novo emprego, muito mesmo. A faculdade realiza um evento atrás do outro e todos eles precisam de um hot site para ser divulgados na internet, então houve dias nessa semana em que cheguei a ser obrigado a entregar três sites em um único dia. Hot sites não são sites comuns, grandes, cheios de conteúdo e detalhes, são sites pequenos, com poucos links e poucas informações, mas ainda assim é algo bastante cansativo de se criar, principalmente para os olhos e a cabeça, pois sou obrigado a ser criativo, não que seja difícil pra mim, modéstia a parte, mas ainda assim eu tenho voltado pra casa todos os dias esgotado e com muitas dores no corpo. Quem tiver interesse em conhecer melhor meus trabalhos, ver os hot sites que desenvolvi para a faculdade, acesse o meu outro blog, Du Montanari, lá tenho postado regularmente algumas coisas. Você inclusive pode acessar esses hot sites clicando em suas respectivas imagens ou acessando www.usc.br/eventos_usc.

Interessante como é o comportamento humano, não que eu seja um especialista nele, mas são realmente curiosas as nossas reações frente a determinadas coisas que nos afetam no dia a dia ou em alguns períodos de nossa vida. Eu como todos sabem, gosto bastante de me cuidar e não acho isso errado, na medida do possível cuido da minha pele, cabelo, minhas mãos que de uma forma ou de outra são instrumentos importantes não só para o meu trabalho como também garantia de uma boa masturbação. Embora não fique comprando roupas todo mês, mesmo porque não tenho condições e não vejo necessidade disso, gosto de andar elegante dependendo da ocasião, perfumado, barba feita, enfim. Porém como disse no início, tenho andando com uma depressão chata, um desânimo, uma vontade de simplesmente deixar as coisas fluírem naturalmente, sem me esforçar ou buscar meios para que elas aconteçam. Acho que todos que lerem esse texto, hão de concordar comigo, pelo menos em partes, que tem horas nas quais cansa mesmo ficar mantendo o seu foco numa coisa. Não é mistério para mim que essa queda vertiginosa na minha autoestima se deve ao fato de eu ter sido sumariamente dispensado. A verdade é que por mais que afirmemos veementemente a nós mesmos e aos outros que fazemos as coisas que fazemos unicamente por nós mesmos, o fato é que estamos sempre tentando atrair ou agradar outra pessoa ou outras pessoas de uma forma ou de outra, pelos motivos mais diversificados.

Logicamente que não tenho andado por aí e nem ido trabalhar como um mendigo largado e fedido, pois a faculdade onde trabalho, não é elitista mas exige no mínimo uma boa apresentação pessoal, mas realmente não estou conseguindo me preocupar mais com algumas coisas com as quais antes me preocupava, unicamente com o intuito de parecer bem para a outra pessoa. E por favor não me venham com esse discurso batido e clichê de que temos que nos amar antes de tudo, que temos que fazer as coisas por nós mesmos e não para agradar os outros, eu sei de tudo isso, sei muito bem, mas acredito que muitos sabem que a maioria das coisas são muito mais fáceis na teoria do que na prática. Não tenho achado motivos para emagrecer, por exemplo, afinal, descobri que estando gordo ou magro, sendo bonito ou feio, tendo a pele bem cuidada, estando de barba feita ou não, se a pessoa perde o interesse em você, se acha alguém melhor que você ou se ela se cansa de você, nada do que você faça, inclusive com seu corpo vai segurá-la.
Passei a beber com mais frequência. Não tenho intenção de me tornar um alcoólatra, mas eu gosto bastante de tomar uma cervejinha com pastéis nos finais de semana, às vezes no meio delas e eu estava pensando seriamente em parar com isso, tudo com o intuito de parecer mais atraente aos olhos da outra pessoa, mas aí as coisas acontecem, você percebe o quanto fazer planos, o quanto sonhar é uma coisa imbecil e de repente você enxerga o quanto foi o tempo todo um babaca, se esforçando para agradar pessoas que, como sempre acontece comigo, não estão tão ligadas a mim quanto eu a elas. Isso sempre aconteceu, desde que eu era uma criança, eu amava aos meus amiguinhos e amiguinhas de uma forma muito intensa, pra no final, perceber que eu não era especial para eles, mas apenas mais um de seus muitos amigos. E hoje, quando paro, fico relembrando de tudo isso, todas as situações pelas quais passei, as frustrações que tive, percebo o quanto a culpa disso tudo foi unicamente minha, pois ninguém jamais me prometeu nada, fui eu e apenas eu que gerei expectativas em cima da pessoa e me forcei a acreditar num quadro que eu mesmo pintei, com uma temática conveniente unicamente a mim.

O que estou sentindo atualmente? Uma mistura de tudo: tristeza, melancolia, revolta, ódio, mágoa, decepção, frustração principalmente, mas não com as outras pessoas. O que acontece é que de tempos em tempos eu me olho no espelho e enxergo, mesmo agora a beira dos meus 36 anos, o quanto sou uma figura patética e ridícula, que vive cometendo os mesmos erros infantis seguidas e seguidas vezes, nunca aprende com eles e ainda assim acha que se insistir nesse caminho, um dia vai conseguir fazer as coisas darem certo. Essa raiva toda, essa revolta toda que eu cultivo não é dos outros, mas de mim mesmo e da percepção do quanto, apesar do meu emprego, apesar de todo o meu talento, apesar de minhas divagações tão pseudo-filosóficas, sou apenas mais um imbecil iludido e arrogante em cima de um mundo repleto de semelhantes.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


6 Divagações

  1. Na boa, eu vou ser sincera com você. Obviamente eu não te conheço muito bem pra fazer uma análise de sua vida, mas a minha intensão é ao menos tentar te ajudar. Não me leve a mal. Eu acho que você sempre esperou algo da outra pessoa, ou algo em troca, nem que fosse um reconhecimento de uma amizade. Quando a gente não tem essa troca, a gente se decepciona. Todo mundo sabe disso. Mas o que eu quero dizer é que você deveria fazer as coisas sem esperar algo de alguém, e você tem a consciência limpa de que fez algo por alguém e ela não retribuir é problema dela e não seu. Deixa mesmo as coisas rolarem, faça o seu, faça amizade sem esperar algo da pessoa, enfim. Faça o seu trabalho sem esperar que o patrão vai achar bom ou ruim. Faça tudo sem pretensão que aí o resultado não vai te alterar. Não vai alterar seu humor ou quem você é. Se eu sou uma pessoa amigável com o outro, eu não vou deixar de ser porque o outro não correspondeu. Vou continuar sendo amigável com ela. Não deixe as pessoas te alterarem. Não esqueça de quem você é. Você foi bem com sua amiga? E ela te tratou mal? Então foda-se ela, continue fazendo o seu que um dia ela vai reconhecer que errou. Mas se você se alterar ela vai ter razão de jogar isso contra você. Isso acontece comigo constantemente na minha família.
    Se anima, joga essa depressão pra lá, vive tua vida, vai assistir um filme, ler um livro, faz o que tu gosta de fazer, nem que seja um brigadeiro! Fez 3 sites em um dia? Porra, é motivo de dizer "eu sou foda, ninguém faria isso em pouco tempo"! Rir da própria desgraça às vezes ameniza a dor.
    E nada de se chamar babaca. Você não é babaca, as pessoas te fizeram de babaca. Vai engolir isso é? Nada, deixa que as pessoas pensem o que quiserem. Se você concorda com as pessoas que te fizeram de babaca é porque és mesmo, é porque tu se fez um. Mas não és!
    Tua vida tá dando certo, tens trabalho e dinheiro pra desfrutar de uma boa cervejinha! Reanima, abre os olhos!!!
    Nada de assistir tv nesse fim de semana que vai piorar tua depressão!
    Ótimo fim de semana pra você! E espero, de verdade, que melhores!!!

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  2. Sim Edu, notamos, mas qual blogueiro nunca passou por esse momentos, eu mesmo por diversas vezes fui quase que obrigado a diminuir meu ritmo no blog, o importante é não desisti. Porque com certeza o que fazemos tem valor pra alguém.

    Com relação a vida eu já me convenci que ela favorece a poucos, tem gente que realmente parece que nasceu com a bunda virada pra lua, enquanto outros passam a vida levando na cara.
    A vida me parece uma luta do UFC, estamos dentro do octógono, agora cabe a cada um de nós escolher em só ficar apanhando ou partir pra cima e bater também.

    Abraços melhoras

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  3. Olha, Eduardo...
    Eu li o comentário da Paty aqui e acima e até concordo... Mas também imagino que tudo isso que ela escreveu, vc já sabia, tanto é que vc já vem falando há um tempo que a culpa é sua, por criar essas expectativas.
    Mas eu te entendo no seguinte: essas expectativas que vc faz, são quase inconscientes, elas surgem tão rápido e as vezes começam tão discretamente dentro da gente, que quando percebemos, já as fizemos. E desfazê-las dói. Também já me senti assim, já me deixei levar por acontecimentos legais com as pessoas e quando fui ver, não era bem aquilo. O que me pareceu tão importante, pra outra pessoa não era.
    E é uma porrada na cara as vezes descobrir isso.
    Essa depressão me parece parte do seu processo de luto pelo seu relacionamento, que parecia estar te fazendo tão bem. é normal, apesar de ser um saco passar por isso.
    Só me parece que
    vc está se cobrando um pouco rigidamente ultimamente.Talvez se vc aceitar essa sua expectativa sobre as pessoas como uma característica sua, será que não fica mais fácil mudar? Pra mim, a mudança tem que passar pela aceitação primeiro. Pra mim funciona melhor. Eu aceito o defeito que tenho, e aí eu consigo ver claramente como é a melhor forma de mudar o que desejo. É só uma dica.
    Mas se quiser conversar, sabe onde me encontrar, só dar um toque.
    Abçs.

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    Respostas
    1. Juli, pois é. Eu penso muito sobre aceitação. Sei o quanto é complicado. É ruim quando você sabe o que tem que fazer, mas não consegue fazer.

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