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Sobre shows perdidos, obsessão por dirigir, o lado bom da depressão e saúde visual.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Continuo muito triste por ter perdido o show do grupo O Teatro Mágico no domingo passado, entretanto como no momento eu ando muito triste por muita coisa, até que estou conseguindo superar bem. Fora a minha amiga que ficou doente no dia, também houve outra que quis ir muito, ela praticamente me implorou para que eu fosse com ela, mas o problema foi a distância e o horário do show. Estava nos meus planos desde o inicio, ir e voltar de carona com minha amiga, pois sei bem
como são esses shows, nunca começam na hora estipulada, sempre mais tarde, consequentemente terminam mais tarde também, e comigo tendo que acordar cedo na segunda para trabalhar, enfrentar duas maratonas de ônibus era inviável. Se você vai de carona num evento como esse, tudo bem, pois na hora em que você se cansar, pode apenas ir para o carro, voltando para a casa confortavelmente, sem atrasos, algazarra ou superlotação. Agora, sair de casa depois das sete da noite de domingo, ficar mais de quarenta minutos esperando o ônibus te levar, chegar ao evento e ficar espremido no meio da multidão, para depois ficar mais um tempão esperando o ônibus superlotado para voltar tarde da noite pra casa realmente não é algo que eu sou a fim de encarar. 
É em momento como esse que penso o quanto seria bom saber dirigir, ter um carro, tudo seria muito mais fácil. Quantas e quantas vezes chego suado ao cinema por ter que fazer tudo às pressas até chegar lá, mas ao mesmo tempo aceito o fato de que na minha atual situação é impossível ter um carro. Mesmo que eu tivesse conseguido minha carta de motorista, mesmo que eu não tivesse reprovado três vezes seguidas na prova pratica de direção, do que adiantaria? Eu mal consigo juntar dinheiro para pagar a conta do mês, abri uma caderneta de poupança há um ano e ate agora só consegui depositar quatrocentos reais (os quais estava guardado pra viajar pra praia, mas os planos mixaram também), então como vou comprar um carrinho mesmo usado? Não ganho um salário muito bom ainda e nem tenho um pai que possa me ajudar. Houve um período em que realmente fiquei obcecado com essa historia de dirigir, ter carta de motorista, todos os meus amigos e conhecidos, alguns muito mais novos do que eu já possuíam habilitação e estavam comprando seus carrinhos, enquanto eu nem sabia a diferença entre embreagem e freios. Fiquei tão neurótico com essa historia que um amigo ofereceu-se para me pagar todas as aulas e a carta e assim o fez. Me arrependo ate hoje, pois joguei todo o dinheiro que ele investiu em mim, no lixo, tudo devido ao meu orgulho e ao meu complexo de inferioridade, minha vontade de querer ser igual a pessoas que não estão em verdade nem ai se eu estou vivo ou morto.


Uma cousa positiva que sempre posso tirar das minhas crises de depressão é que chega uma hora em que eu vou ficando de saco cheio da situação, perder noites de sono e passar os dias péssimo refletindo sobre determinado assunto, tentando encontrar soluções as quais eu sei, não existem. Não que chegar a esse ponto, ficar de saco cheio, faça parar a angustia, a dor, mas é sempre quando eu decido começar a me mexer um pouco, mesmo que devagarzinho, que sinto que posso sair de mais uma fossa. Estou há meses com uma receita do oculista para óculos novos, já que o meu grau subiu um pouco e até agora vinha enrolando para mandar fazer, pois meus óculos atuais estão dando conta do recado, mas agora, do jeito que estou com minha autoestima quase zerada preciso buscar caminhos para me reanimar e já é de meu costume, buscar me “tunar” um pouco, cuidar da pele, dos cabelos, comprar algumas roupas novas, embora roupas eu esteja dispensando, já estou com muitas em meu guarda-roupa minúsculo e estou até mesmo pensando em doar uma ou duas peças, mas quando fico muito deprimido, tenho por costume me abandonar, parar de fazer a barba, não pentear direito os cabelos, não ligar pra minha aparência, até que chega num ponto onde eu digo: “Não da mais, eu preciso fazer alguma coisa para pelo menos tentar me levantar”, afinal, mesmo que eu me acabe aqui, vire um mendigo maltrapilho e fedido, mesmo que eu me desmanche em autopiedade, a vida da outra pessoa vai continuar do mesmo jeito. Mesmo que eu fosse fraco a ponto de me suicidar por ela isso não mudaria nada, pois amanha é outro dia e ela com certeza tem bem mais o que fazer do que ficar chorando por mim. Embora doa chegarmos a essa conclusão, a verdade é essa, por mais que a outra pessoa goste da gente, se preocupe, por mais que diga que se importe, ela não vai parar a vida dela por você, mesmo que você ameace se jogar da ponte, fazer uma loucura, mesmo que você caia doente, ela pode ate sofrer por um tempo, mas depois ela se cansa e vai cuidar da vida dela que é mais vantajosa. Então no momento preciso fazer o que está ao meu alcance para me reanimar. Se forem óculos novos, se for pintar o cabelo, que seja, qualquer coisa é melhor do que continuar como estou. Pretendo ir no próximo sábado ate o centro e encomendar meus olhos novos, já me informei do preço e apesar de eu ser obrigado a me meter em mais uma prestação, não vai sair tão caro, alem do mais não seria nenhum luxo supérfluo, mas sim algo necessário para minha saúde visual. Quiçá podem rolar até uns óculos escuros, se me sobrar grana e eu conseguir um bom desconto. Quando estiver bem bonito novamente, alguém vai me observar e se apaixonar por mim e então toda essa dor vai embora.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



1 Divagações

  1. Só faça carteira de motorista quando tiver um carro para dirigir. Eu fiz, o carro não ficava em casa e tive que fazer algumas aulas depois de 6 meses sem pegar o carro, pois fiquei sem coragem de sair da garagem que tem uma rampa forte com um portão onde tem que parar para abrir. Imagina, tem 30 dias que dirijo sozinha novamente, mas apago o carro quase todos os dias na tal rampa, um saco! É uma paciência infinita! Se eu não precisasse tanto...afff... Por isso digo, só volte a fazer sua carteira quando tiver um carro, pois a auto-escola só ensina a passar na prova do DETRAN, não a dirigir nas ruas. Só perderá seu dindim e paciência de novo. Um dia você terá um carro, com certeza! Abraço.

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