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Sobre malcheirosas químicas, o último Cebolitos® do pacote e armas biológicas de destruição em massa.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

As pessoas dizem que com o passar do tempo tudo muda, o mundo muda, as coisas mudam, as pessoas mudam. Há os que dizem que o que muda não são as coisas, as outras pessoas, mas sim nos mesmos, que com nossas experiências pessoais, tanto positivas quanto negativas, aprendemos lições, sofremos dores e decepções e passamos a ver as coisas de forma diferente. Não há como negar que as duas afirmações são verdadeiras e, em minha opinião particular, eu acho que ambas estão interligadas. Se o mundo vem mudando é por causa de nossas ações e quanto mais o mundo muda, mais nos vemos obrigados a nos adaptar a ele. Chega num ponto dessa filosofia barata de boteco em que fica difícil distinguir.  Você mudou por causa do mundo, pelas cousas que lhe aconteceram ou seus atos até agora foram mudando as coisas ao seu redor? Talvez eu ache a resposta exata pra essa pergunta depois de umas cinco cervejas. O que eu sei é que não importa o quanto você faça um esforço sobre-humano contrário, tudo muda uma hora ou outra, goste você disso ou não.
Aceitar que as cousas mudam, principalmente em se tratando de cousas que terminam, seja uma amizade, um emprego, uma faculdade, um namoro ou um pacote de Cebolitos® nunca é fácil, ainda mais que esse ultimo citado cai muito bem com cerveja, mas tenho aprendido ao longo dos anos, das piores formas possíveis, diga-se de passagem, que mudanças em nossas vidas, pra melhor ou pra pior são tão naturais quanto respirar, que mesmo que você ache que está preparado para elas ou que ache que saiba quando elas vão acontecer, quando você se da conta ou esta bem no meio delas ou elas já passaram, as coisas já mudaram e você nem teve tempo de perceber ou tomar qualquer atitude. Na verdade, achar que você conseguirá tomar quaisquer atitudes para impedir algumas mudanças é algo ilusório. O que tiver que acontecer, percebo hoje que vai acabar acontecendo por mais que você lute contra. Nada a ver com forças místicas ou sobrenaturais, alinhamento astral ou qualquer uma dessas balelas, o que precisa acontecer acontece, simplesmente por que precisa acontecer dessa forma. Complexo né?

Semanas atrás, quando fui tingir os cabelos no salão de uma grande aminha minha, uma irmã, como assim a considero, conversamos sobre nossas desilusões amorosas enquanto esperávamos a malcheirosa química fazer efeito em minhas madeixas. Contei detalhadamente a ela sobre minha experiência recente em um namoro virtual, o quanto me entreguei a esse amor, mesmo que tão distante e o quanto fiquei destruído quando fui dispensado pela pessoa amada. Eu disse a ela que no momento não tenho mais vontade de nada, que estou com medo de me entregar novamente a esse sentimento e sofrer mais uma vez, que sinto como se essa dor não fosse passar nunca mais, sinto como se fosse ficar paralisado onde estou, pelo resto de minha vida e que nada de bom ou novo fosse me acontecer depois disso.
Eu conheço essa amiga há anos, desde os tempos do colegial, no século passado, anos 90, éramos muito unidos, mas depois que terminamos o colégio, nos separamos e ficamos muitos e muitos anos sem contato. Nos reencontramos há mais ou menos dois anos e retomamos a antiga amizade. Durante o tempo em que estivemos sem contato, ela, soube eu, passou por diversas dificuldades, engravidou, perdeu o bebê, achou que havia encontrado o amor de sua vida, ficou anos ao lado dele e depois nada deu certo. Recentemente enfrentou um câncer, o venceu, teve suas perdas como mulher, mas teve um filho lindo e está muito bem casada (entendam “muito bem casada”, com casada com alguém que realmente a ama e a quem ela ama). Passamos então a manhã toda conversando sobre essas coisas, sobre o quanto a vida muda de formas diversas e no final, de uma forma ou de outra as coisas acabam se acertando. Falamos sobre o quanto, quando sofremos alguma dor ou perda, achamos que isso nunca mais vai passar, que nada vai voltar aos eixos, se concertar, mas que depois de um tempo, as vezes muito, as vezes pouco, quando nos damos conta nossa vida “se ajeitou”. E eu estou a cada dia percebendo mais que esse processo é agilizado quando aceitamos essas mudanças, não lutamos contra elas.

Não sei se vocês se lembram, provavelmente não, pois o blog aqui tem estado às moscas, mas em minha última postagem fiz uma resenha sobre o péssimo filme que fui assistir, Resident Evil: Retribuição. Pois é, na quarta-feira passada, baixei e assisti à fantástica animação Resident Evil: Condenação. Subtítulos chatos à parte, o filme realmente é muito bom e realmente fiel aos jogos da série, assim como seu antecessor Resident Evil: Degeneração. Enquanto as versões americanas do cinema só servem para promover a atriz Milla Jovovich, mostrar ela dando porrada, saltos mortais e cambalhotas em cima de monstros ridículos, as animações, apesar de também bastante fantasiosas são bem mais fiéis aos jogos, agradando muito aos fãs da franquia de games.
Esse segundo filme foi bem mais longo que o primeiro, com 1h40min de duração, achei também as cenas de luta muito bem elaboradas, uma das mais legais foi a cena de Ada Wong contra Svetlana Belikova, presidente da República Eslava do Leste. Essa é a verdadeira Ada Wong dos games, espiã, assassina profissional e mestre em artes marciais, não aquela coisa ridícula que aparece em Resident Evil: Retribuição.
Essas animações também são fiéis aos jogos no quesito violência, enquanto os filmes de HollyWood nem sequer assustam, o que é um sacrilégio, já que considero Resident Evil um game de Survival Horror, as animações seguem a linha mais dark, com cenas de mutilação, sanguinolência e muita tensão, com lugares sombrios e silenciosos.

O filme ainda não chegou às locadoras, se eu não me engano ele estará disponível em outubro, mas já pode ser encontrado para download em vários sites, com dois canais de áudio e ótima qualidade de vídeo.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



2 Divagações

  1. Acho que já passei por tantas desilusões, já me ferrei tantas vezes, já me senti tantas vezes como você está se sentindo com o fim do seu namoro, que é por isso que tenho tanto medo de perder o que tenho hoje.

    Mas você tem toda razão, não adianta lutar contra, o que tem que acabar, vai acabar mais cedo ou mais tarde. Aceitar isso acaba fazendo com que doa menos.

    Que as coisas sempre melhorem pra você. Abraços.

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  2. Ei Edú nunca never jamais, te excluiria do antigo MSN, é que não está me sobrando tempo para nada!
    E o tempinho que me sobra dedico apenas a fazer o meu "social" no face, cutucando as pessoas e escrevendo algumas crônicas que acho relevante!
    Mas pelo AMOR DE ALLAH , NÃO PENSE NUMA BESTEIRA OU TRAGÉDIA DESTA NATUREZA, pois sabes muito bem como eu te estimo.
    A minha maneira, é claro, mas ela é absolutamente real!
    Então não fique encucado pois sei que é muito "grilado", eu te gosto muito, amigo nerd!
    Valeu!??!?!?
    então uma ótima semana pra você!

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