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Sobre uma profunda sensação de indiferença, se cansar um zilhão de vezes e um agradável domingo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Aos poucos a minha nova rotina de vida está entrando nos eixos, mas ainda vai demorar um tempo até eu me acostumar tanto física quanto psicologicamente a meus novos hábitos: acordar todos os dias às 6h, ir para o trabalho, encerrar o expediente umas 18h, 18h30, subir para o bloco onde são ministradas minhas aulas, sair da universidade às 22h30, para finalmente chegar em casa por volta das 23h, 23h15, tomar um banho, jantar só um pouco, ficar uns 30min na internet e ir dormir, para no dia seguinte repetir toda a rotina. Não está sendo a primeira vez em que eu trabalho e estudo ao mesmo tempo, fiz isso de 2006 a 2008, quando cursava ainda o Colégio Técnico, mas a rotina não era tão puxada, apesar do curso exigir bastante de mim, mesmo assim, dei conta do recado. Acredito ser por esse motivo o fato de eu não estar tão acabado assim, atualmente. 
Tenho “blogado” bem pouco, por vários motivos e pensado se vale a pena continuar a externar para o mundo todas as coisas que sinto, minhas alegrias e tristezas, meus problemas pessoais. Há quem diga que ajuda fazer isso, mas para mim não tem adiantado de nada. Continuo sentindo como se ninguém me ouvisse (no caso aqui, me lesse) e também sinto que, quem lê, não está preocupado de forma alguma com as coisas que acontecem comigo, sejam elas boas ou ruins. Talvez eu esteja completamente enganado e essa sensação de indiferença seja só mais um dos muitos sintomas negativos gerados pela minha carência excessiva, pelo fato de eu sempre esperar das pessoas coisas que elas jamais me darão.
Diminuí a freqüência com que escrevo aqui também, porque nos últimos meses tudo o que tem estado na minha cabeça é o término do meu “affair” virtual, o qual até hoje estou me recusando a aceitar. Bom, na verdade não é bem isso, não estou mais querendo e a cada dia que passa tenho menos esperanças de que um dia ele “volte pra mim” (me sinto meio estranho falando assim de um relacionamento que jamais deixou de ser virtual). O que tem me incomodado, incomodado muito é a forma como ele se tornou uma outra pessoa em tão pouco tempo. Sim, os problemas pelos quais passamos nos mudam, mas no caso dele eu sinto como se ele estivesse muito satisfeito em ter deixado muitas coisas para trás, inclusive eu. Quando terminamos, eu tentei compreender, tentei me colocar no lugar dele, acreditando que talvez ele precisasse de um tempo “sozinho”, que não estivesse com cabeça para romances ou até mesmo simples “ficadas”, mas me surpreendi ao perceber algum tempo depois, que parte do que ele queria era também ficar livre de mim, para que pudesse se dedicar a relacionamentos reais. O fato é que ele quer mais do que eu tenho a oferecer e eu só o estava mantendo preso a um relacionamento, para ele, sem futuro. 

Recentemente fui até a clínica da universidade para fazer dois procedimentos micro cirúrgicos: uma biópsia, para verificar o que seria uma mancha escura que tenho nas costas, do lado esquerdo e também uma eletrocoagulação, um procedimento que serve para eliminar pintas e verrugas, até onde eu sei. Eu vivo me taxando de velho, mas acho que não sou tanto assim a ponto de já ter verrugas, e eu tinha uma em minhas costas que me incomodava demais, pois era muito saliente e eu achava isso bastante feio. Agora, após ter tomado duas injeções anestésicas nas costas, ter sido cortado por bisturis e queimado com eletrochoques, estou livre desse mal. Tudo muito simples, rápido e indolor, tirando as picadinhas das anestesias, que me causaram muita vontade de chorar, feito um garotinho de 3 anos de idade. O resultado da biópsia vai sair apenas no mês que vem, mas não estou ansioso, tampouco preocupado, pois acredito ser apenas uma simples e comum mancha escura, pois sou pobre, ando muito a pé e por mais que tente cuidar da minha pele, o sol castiga. Bom, pelo menos não estou ficando careca, como soube dias atrás por um amigo de um desafeto meu, que o mesmo continua perdendo cabelo. No meio de tantas noticias irrelevantes que recebo, vez ou outra tem uma que vale a pena ouvir. Sei que sou malvado em dar alfinetadas no coitado ainda hoje, mais de 4 anos depois de eu ter cortado relações com ele, mas sinceramente não estou nem aí, como não estou nem ai mais pra tantas outras coisas hoje em dia. De repente cansei (tudo bem que eu já disse que cansei, um zilhão de vezes antes), cansei de perder tanto tempo me preocupando com pessoas que não se preocupam com o quanto eu me preocupo com elas. Perdi tantas noites de sono, passei mal por me sentir culpado, fiquei sem conseguir trabalhar, sem conseguir estudar, pensando em mil maneiras diferentes de mostrar ao outro que me importo. E pra que? Pra pessoa simplesmente continuar a vida dela independente do quando me importei? Não. Me cansei. Vou começar a usar de matemática simples, lógica direta, quem gosta de mim como diz que gosta, vai me dar importância e atenção. Caso não me dê, vou automaticamente considerar isso um descaso para com a minha pessoa e seguir adiante. Se a pessoa não precisa de mim, também não pretendo precisar dela. Simples assim. 
Incrível a minha capacidade bizarra de iniciar um Parágrafo falando de um assunto e terminá-lo com outro completamente diferente. Bom, sou desses. Confuso e inconstante até o fim dos meus dias, creio eu. 


No domingo passado, fui vitima de um programa muito agradável com os amigos Carolina e Adriano. Fomos passar a tarde no SESC aqui da cidade, para assistir a um show de uma banda cover dos Beatles, a qual já não consigo mais me lembrar o nome de forma alguma. É o tipo de programa que eu adoro. Na verdade, o que eu adoro, como todos vocês sabem não é o programa, mas a companhia das pessoas, ainda mais pessoas agradáveis e inteligentes, com conteúdo, que sabem apreciar um bom filme, uma boa musica e que se divertem com coisas simples, como se sentar no chão pra escutar Beatles ou simplesmente ficar observando as pessoas patinarem no gelo. Essas coisas para mim são relaxantes, me fazem esquecer os problemas cotidianos, tanto de casa quanto do trabalho e agora também dos estudos. Foi um domingo perfeito, pois passamos praticamente o dia todo fora de casa, curtindo o show durante a tarde e passeando no novo shopping da cidade durante a noite. Lanchamos bem, visitamos algumas lojas e eu voltei pra casa com aquela sensação que eu amo sentir, de dia ganho, bem aproveitado
Não é sempre que podemos sair juntos, pois nossas rotinas são corridas, raramente batem. Bem, com o Adriano ainda consigo me encontrar mais, mas mesmo assim temos que sempre combinar bem antes.
Como eu disse, eu creio que não seja o passeio que me faça bem, não se trata de ir ao shopping, ao cinema, ao Jardim botânico, se trata sim da presença das pessoas, do interesse delas em estar comigo, de me quererem junto com elas. O que sei é que agora vai demorar um pouquinho para marcarmos de sair novamente, mas, sem criar muitas expectativas e nem ilusões quanto a se vai ser divertido ou não, vou esperar contente por uma próxima.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



5 Divagações

  1. Olá
    Bom, eu sempre leio o seu blog, na verdade quando você o atualiza eu recebo um e-mail (claro que você sabe disso) mas quando abro meu hotmail e vejo algo do seu blog lá é a primeira coisa que eu leio. Sei que raramente comento no seu blog, porque geralmente estou depressiva, mas eu sempre leio e na verdade sinto falta quando você fica sem postar. Gosto do jeito que você escreve, gosto de ler sobre você. Fiquei feliz quando falou que conseguiu uma bolsa (eu me lembrei de uma conversa que tivemos a muito tempo e disse que não tinha condições de fazer uma faculdade, olha como o mundo dá voltas? as coisas mudam e nem sempre é pra pior), quando arrumou o seu emprego novo, fiquei tensa quando você perdeu o velho, triste quando rompeu com a pessoa que você estava (e estou torcendo que ache outra pessoa que te complete) tipo, eu fico torcendo por você, mesmo que não pareça, e acho que tem outras pessoas pelo mundo torcendo por você também.
    Seria uma pena você parar de escrever por aqui, pode não parecer muita coisa, mas faria falta pra mim o seu blog.
    Bom, eu só passei pra falar isso.

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    1. Oh minha querida. Esse é o tipo de comentário que me incentiva a continuar com o blog. Um abraço forte.

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  2. Sua rotina é bem gastante, mas às vezes temos que fazer esses sacrifícios. Eu já deixei de sair com os amigos ou fazer coisas que eu gosto para estudar e provavelmente irei trabalhar nos fins de semana, é gastante mas é um sacrifício que vale a pena.
    Nem sempre eu venho aqui porque nem sempre tenho tempo. Mas sempre que tenho, o seu blog é o primeiro que leio. Não só porque é o blog mais antigo que sigo, mas porque eu gosto de ler o que escreves.
    Eu me importo com você, fico feliz por suas conquistas, por seu trabalho, seus estudos. O que tenho a dizer é que, se escrever no blog vai te atrapalhar de alguma forma com seus estudos ou trabalho, só poste quando tiver tempo. O meu blog, por exemplo, não me atrapalha porque eu deixei posts automáticos até Abril, rs
    Mas sempre que puder, escreve que gostamos de acompanhar suas conquistas, sua felicidade :)

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    1. Nunca temos noção das pessoas que afetamos. Negativa ou positivamente.

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  3. Olá Edu, é realmente uma correria essa vida de trabalho e estudo, sei bem como é, mas não deixe de postar aqui no blog, ainda que com pouca frequência, pode não parecer mas tem gente que se importa com o que vc escreve, gente que te acompanha de longe, calado, sem interferir, gente que se sensibiliza com suas tristezas e fica torcendo para as coisas darem certo pra vc, gente que ri com suas ironias e por vezes humor negro, gente que se alegra por saber do seu progresso, e que te acompanha como quem ler um livro e torce pelo seu personagem favorito. Pode não parecer, mas tem gente, que se importa, mesmo sem nunca ter trocado uma unica palavra com vc, mesmo não fazendo parte das suas redes sociais, mesmo sem te chamar de amigo ou te bajular, mesmo aparecendo as vezes e comentando um post ou outro, SAIBA EDU, TEM GENTE QUE SE IMPORTA, SE IMPORTA TANTO QUE VC NEM FAZ IDEIA.

    Abraços, sucesso sempre

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