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Sobre resolver os próprios pepinos, um passado seguro e o lado mais emocional de tudo.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ao mesmo tempo em que toda essa rotina corrida, trabalho, universidade, vem me fazendo mal, também vem me fazendo bem. Não é algo difícil de se entender, acho ate natural estar acontecendo isso, pois me cansar, me estressar, ter vontade de sumir no mundo pra nunca mais ser encontrado, sim, eu já sabia que teria todos esses sintomas. Nunca fui acostumado a esse tipo de vida e a me virar sozinho, resolver meus próprios pepinos e agora, com minha mãe e minha tia já idosas, sou eu quem tenho que resolver meus rolos e até mesmo alguns dos delas. Nos últimos meses tenho sentido que meu sistema imunológico não está conseguindo acompanhar a velocidade com que as coisas vem me acontecendo. Tenho me sentido como uma esponja encharcada por ter absorvido água demais, meu cérebro e o cerebelo tem me pesado na cabeça. 
Todavia como disse, toda essa agitação esta tendo seu lado bom. Pela primeira vez em anos eu me sinto verdadeiramente adulto. Mesmo agora aos 36 anos ainda sou infantil, imaturo, muito covarde e dependente em algumas ocasiões, mas essa nova fase de minha vida esta me obrigando a me comportar de uma maneira e a tomar certas decisões que me fazem entrar cada vez mais de cabeça nesse mundo de gente grande. Todos esses desafios e responsabilidades tem me ajudado muito a amadurecer, pelo menos na parte social e profissional. Entretanto ainda me considero com o emocional de um menino idiota de 12 anos. 
Me sentindo muito, muito mais livre também, embora ainda encalhado devido à minha baixa estima, depois que decidi admitir tanto para mim mesmo quanto para os outros, que realmente eu prefiro os meninos às meninas. Meus amigos de verdade, as pessoas que realmente gostam de mim, se não me apoiam de fato, pelo menos não tem me desprezado por isso, o que já me basta. Resta agora eu criar coragem e procurar alguém pra mim que realmente me queira. 
Fui no domingo passado ao cinema, assistir ao filme Somos tão jovens, que conta parte da vida de Renato Russo, vocalista e líder de uma das bandas mais famosas da historia do Brasil, Legião Urbana. Sou suspeito para falar do filme, pois em se tratando de Renato Russo e Legião Urbana, amo qualquer coisa sobre. Já fui predisposto a amar o longa e todas as minhas expectativas foram correspondidas. Embora na década de 80 eu tenha sido apenas uma criança imberbe e não me lembre muito dos acontecimentos da época, me lembro das sensações, de como as coisas eram diferentes, tanto no mundo quanto no Brasil. Vivi o final da ditadura militar mas, como disse, por ser criança isso não me afetou muito, mas ainda assim guardo ótimas lembranças dessa época. 
Nunca fui profundamente ligado à musica, conheço pouquíssimas bandas internacionais da época e as que conheço, conheço pouco, mas ver o filme ambientado nessa época foi gostoso, sinto que regatei algo de minha infância, algo que não sentia há tempos. Geralmente sou muito preso ao passado, mas de forma negativa, mas assistindo a esse filme, sei lá, realmente me senti transportado ao passado e estranhamente... seguro, sei lá. 
Mas deixando as minhas experiências extra corpóreas de lado, o que mais me encantou no filme foi a doçura e a ternura com que essa parte da vida de Renato Russo foi retratada. O filme não se focou tanto na ditadura militar e nem explorou a fundo a homossexualidade do cantor, que foi mostrado ao publico através de cenas muito bem trabalhadas e por que não dizer, “meigas”, como em uma, onde durante o café da manhã ele resolve, cheio de inseguranças, revelar para sua mãe que prefere rapazes. A história se focou mais em Renato se descobrindo como musico, poeta e na formação da Legião Urbana. O ator Thiago Mendonça interpretou Renato Russo de uma forma tão perfeita e convincente, com uma voz tão idêntica, que eu comprei a ideia de que era realmente o original que estava na minha frente, nas telas, contando sua história. Se você é fã da banda, vai amar cada minuto, como eu amei. E se você não é, dê uma chance ao filme e aproveite para conhecer uma pequena parte da vida dessa pessoa maravilhosa que foi Renato Russo.  
Vontade de começar essa terceira parte do texto, pela milionésima vez, falando do meu ex, do quanto eu ainda sinto falta dele e do quanto me dói trocar algumas poucas palavras com ele, fingindo que estou bem, forçando-me a puxar assuntos cotidianos quando na verdade não queria isso, mas não, na ultima postagem eu disse que não queria falar mais tanto sobre isso e pretendo tentar ser forte. Não adianta mais nada mesmo insistir nisso. 
O problema é que, devido a intensidade do que estou sentindo, todo e qualquer outro assunto parece vazio, banal, seja o emprego, seja a universidade. Gosto de ambos, estou com problemas em ambos também. Gostaria de desabafar aqui sobre alguns deles, mas isso comprometeria tanto o meu emprego quanto o meu curso, já que ambos estão intimamente ligados e eu não posso por em risco nenhum dos dois. Porém como eu disse, estou com o meu emocional tão abatido que nem tenho mais animo para ficar reclamando das coisas. A gente cresce, vai amadurecendo e de repente passa a ver que esses problemas, tanto de trabalho quanto de estudos, são mais comuns e rotineiros do que você pensava. Se eu for ficar reclamando deles a cada dia em que eu enfrentar um, crio outro blog exclusivo somente para isso. 
Interessante que essa é quase a mesma premissa com todo o resto, vida emocional e sentimental estão inclusas. Então, por que eu não consigo deixar isso, não de lado, mas em segundo, terceiro plano, como venho fazendo com todo o resto. Acho que é porque algumas pessoas são mais emoção, outras mais físicas, outras mais racionalidade e eu sou uma dessas que se deixa levar demais pelos sentimentos, pelas emoções e sensações. Tudo pra mim está de alguma forma ligado ao emocional, seja o que for, não consigo separar muito facilmente. Enxergo as coisas de uma forma muito pessoal e intima. Talvez o meu erro seja justamente esse.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



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Virginiano, bauruense, Designer, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.

5 Divagações

  1. Paulo Rideaki9 de maio de 2013 às 15:17

    Amigo só uma "coisinha" que acho que você é, e as vezes acho que você se esquece deste detalhe, que vou te lembrar! VOCÊ, EU E MAIS 7 BILHÕES PESSOAS DO PLANETA, SOMOS APENAS HUMANOS!! E NÃO HÁ NADA DE ERRADO NISSO! PENSE NISSO AMIGO, E SE COBRE MENOS, APENAS VIVA A VIDA! ACEITE AS COISAS QUE NÃO PODE MUDAR, E MUDE TODO O RESTO, QUE ESTIVER AO SEU ALCANCE (ÓBVIO!)

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  2. Paulo Rideaki10 de maio de 2013 às 02:19

    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk seu BOBO, É SÉRIO! KKKKKKKKKKKKKKKKK
    HUMONÓIDES BÍPEDES HOMO SAPIENS! SRSRSRSR

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    1. Eduardo Montanari10 de maio de 2013 às 11:52

      Jamais considerei nós, os chamados "humanos", de sapiens sapiens.

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  3. Marcos Mariano17 de maio de 2013 às 20:35

    É meu amigo, de um jeito ou de outro a vida nos obriga a crescer e se não crescemos ela nos devora como um animal faminto que rói até o osso. Também estou meio que num processo parecido, quase que sem tempo pra nada, todos estão dizendo que até emagreci. Mas o importante Edu, é vc não vacilar com sua saúde, se alimente bem e todo tempinho disponível descanse, é isso que tenho procurado fazer, aproveitar o pouco tempo que me sobra para descansar e me alimentar bem, frutas, legumes, verduras, sucos naturais ao invés de refrigerante isso tem aumentado meu rendimento e energia.

    Cara, quem dera se todos tivessem o emocional de um menino de 12 anos, acho que não haveriam tantas desilusões e decepções as pessoas seriam muito mais verdadeiras umas com as outras.

    Eu estou pra ir ver esse filme e o homem de ferro também talvez no fim do mês se ainda estiver nos cinemas, tenho grandes expectativas com relação aos dois, se bem que com respeito ao homem de ferro andei lendo algumas coisas por ai que diminuirão minhas expectativas pra 80%, mas ainda sim quero ver.

    Quanto ao seu ex, fique tranquilo, não tem o pq se envergonhar pelo que sente, o processo é diferente pra cada um, quem nunca sofreu por amor, é pq nunca amou.

    Abraços meu querido, desculp o sumiço.

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