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Os Cavaleiros do Zodíaco - A lenda do Santuário.

sábado, 13 de setembro de 2014

Uma das coisas que eu menos gostava quando assistia Os Cavaleiros do Zodíaco, na extinta e saudosa Rede Machete, quando era mais jovem, era o fato de todos os episódios, sem exceção, terem aquela famosa enrolação, lutas titânicas entre os cavaleiros de bronze e os de ouro, que se estendiam por três, quatro episódios. As batalhas sempre eram a parte mais legal do anime e tinham desfechos incríveis, mas confesso que muitas vezes perdi a paciência em meio à tanto diálogo entre os cavaleiros. Eu sempre achava que, o tempo que eles perdiam falando, muitas vezes repetindo o que o outro tinha acabado de dizer, poderia muito bem ser usado pra eles caírem na porrada, e olha, que porrada, com direito a ossos quebrados, lágrimas e sangue aos litros
Quanto aos longos diálogos, não posso reclamar mais, nessa nova versão, uma total releitura da batalha das 12 casas, tudo vai muito direto ao ponto, sem enrolação ou muita falação, o que seria muito bom, se eles não tivessem exagerado tanto nas tesouradas. Tudo bem, é complicado resumir mais de 70 episódios em 93 minutos de filme, 12 casas, 12 cavaleiros, cada um com suas respectivas personalidades, os cavaleiros de bronze com seus dramas pessoais, impossível, sabe-se, mas pra quem é fã, pra quem, como eu, acompanhou a saga original no século passado, é um pouco frustrante você ir ao cinema esperando ver as principais lutas que ocorreram no anime e ver que não deixaram nem sombra delas. 
Não me entendam mal, eu adorei o filme, achei belíssimo e não sou um desses fãs obcecados que esperam que tudo seja da maneira que eu acho que deva ser. Como eu disse, essa nova versão foi uma releitura da batalha das 12 casas, afinal, o tempo passa, os costumes mudam, as pessoas mudam e gostem os fãs ou não, todo o produto precisa ser adaptado, recauchutado para poder ser vendido à uma nova geração de jovens. No meu tempo, crianças fumando nos filmes e sangue jorrando nos animes era mais comum, quase natural, hoje a censura pega mais pesado com isso, principalmente em se tratando de um produto tecnicamente destinado ao público infanto-juvenil. É preciso dar bilheteria, é preciso vender bonecos, álbuns de figurinhas, CD's, DVD's e o caralho a 4, então, ir ao cinema esperando encontrar os antigos Cavaleiros de Atena se despedaçando em tela grande e jorrando sangue dos ferimentos, como víamos antigamente é pedir pra se frustrar. Eu confesso que, antes de ir assistir o filme já sabia disso, sabia que os heróis que encontraria seriam bem diferentes dos originais, fui munido, confesso, de um sentimento negativo até bem forte, esperando sair do cinema reclamando, achando o filme uma merda sem igual, mas pra minha surpresa, apesar das diferenças gritantes em relação à obra original, me peguei curtindo muito essa "nova" aventura dos defensores de Atena. Apesar das poucas e rápidas batalhas, do novo "jeito moleque" dos cavaleiros de bronze, de terem acabado, acabado, ACABADO com o Máscara da Morte de Câncer, tornando ele a coisa mais ridícula e vergonha alheia EVER do filme, ver os meteoros do Pégaso, o dragão do Shiryu e a Execução Aurora do Hyoga em belos gráficos CG, foi uma experiência linda. Apesar dos pontos negativos, o filme, pelo menos pra mim, não deixou tanto a desejar como eu esperava e posso dizer que vai ter lugar cativo na minha coleção, a ponto de eu já estar desde já, pensando em investir no Blu Ray original.
 
   
EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



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