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Sobre nossa bizarra eleição de 2014.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dia desses, enquanto almoçava com um amigo, debatíamos o quanto a humanidade parece estar regredindo mentalmente em alguns aspectos ao invés de evoluir, como seria o esperado. Tendo em vista essa nossa ultima eleição para presidente da República, fiquei espantadíssimo com as reações infantis, quase sem senso e até violentas que algumas pessoas tiveram ao defender seus candidatos. 
Eu particularmente não acredito que exista um político honesto e, se existe, infelizmente, nesse pais, ele não consegue exercer sua honestidade como gostaria, pois creio que nossa corja de corruptos o boicote. Com o passar dos anos e o entra e sai de governantes, algumas coisas melhoram, outras pioram, mas sinceramente sinto que pouca coisa muda. Talvez eu esteja errado em relação a isso, talvez eu seja um alienado político querendo externar uma opinião de merda, mas como já dizia o nosso bom John Lennon antes de ser cruelmente assassinado: “I’m not the only one”. Pelo que pude constatar nas redes sociais nos últimos tempos, o numero de pessoas digitando coisas absurdas foi grande, na verdade não só nelas, mas em todas as formas de mídia e comunicação. 

Confesso que não perdi meu tempo assistindo à nenhum dos debates exibidos pelas emissoras de TV. Assinei o meu mês grátis de Netflix® e fiquei curtindo ótimos filmes e seriados batutas, mas, pelo que soube por quem acompanhou essa “guerra dos tronos” entre a Dilma e o Aécio, a coisa foi bem ridícula o tempo todo. Também soube que houve um alto índice da palavra “leviana”, por parte do candidato Aécio Neves. Até onde eu sei, só faltou os dois brigarem usando xingamentos de pré-escola, como “você é bobo, feio, chato e um cocô”. O tempo que eu perderia assistindo a isso, preferi, como disse, ver meus filmes, séries e alguns vídeos bacanas de pornô gay. Todavia, estive o tempo todo nas redes sociais e o que presenciei lá por parte dos eleitores de ambos os candidatos foi de embrulhar o estômago estomacal. Se foi me dito que os candidatos brigaram como crianças na TV, nas redes sociais seus eleitores agiram como criaturas acéfalas, despejando uma enxurrada de ofensas uns contra os outros, querendo a todo o custo impor sua opinião e desacreditar a opinião do outro. Me pergunto pra que manter a lei do voto secreto, se as pessoas não fazem mais a mínima questão disso. 

Não sou a favor da Dilma, não sou a favor do Aécio, em verdade gostaria que os dois morressem, sou apenas a meu favor mesmo. Observar as pessoas defendendo seus candidatos de forma tão ferrenha, com unhas e dentes, chegando ao ponto de mostrar o quanto são homofóbicas, xenofóbicas, preconceituosas em todos os sentidos, me deu nojo. Me espantei ao ver também, a quantidade de pessoas tentando "levar a sério" essa "guerra", de forma totalmente ridícula, desfazendo amizades com amigos e contatos, por causa de visões políticas diferentes, culpando o povo nordestino e fazendo comentários preconceituosos contra os mesmos, atacando os pobres, menos afortunados, por receberem benefícios do governo ao invés de trabalhar. Infindáveis discussões nauseantes e algumas vezes, sem nenhum sentido.
Chego a me perguntar se esse tipo de comportamento por parte da população, acontece em todos os países do mundo, durante a época das eleições ou se o povo brasileiro é mesmo um povinho ridículo e menor, como eu sempre afirmo veementemente. Cheguei até a ler alguns comentários de pessoas "religiosas", dizendo que, independente do tipo de governo que um país tenha, o povo tem a obrigação de respeitá-lo, porque está na Bíblia que Deus estipulou isso. Bem, eu já não curto falar sobre política, nem vou começar a externar minha indignação com certas religiões.


Embora eu não tenha fé na política, não sou em hipótese alguma a favor da anarquia total, claro. Acredito que nações precisam de governantes, apenas não creio que existam sujeitos justos e qualificados pra isso. Procuro não votar em branco ou anular meu voto, mas em alguns casos, acabo preferindo, independente de estar cometendo um erro cívico ou não, simplesmente não sinto vontade de escolher entre os candidatos disponíveis.



EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



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