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Sobre refletir demais sobre tudo, a percepção da desobrigação e a luta contra o descontentamento.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Eu sempre comecei muitos dos textos desse blog com a frase “tenho pensado muito sobre...” ou “tenho refletido demais sobre...”, pois, por sempre ter me sentido sozinho até hoje, não ter muito com quem conversar, desabafar, eu penso demais, minha cabeça está quase que o tempo todo funcionando em 220V. Geralmente fico pensando sem parar até pegar no sono, o que, graças a Deus, atualmente, não tem demorado muito, devido à minha rotina corrida. Entretanto, das muitas coisas que vivo pensando, tenho me questionado bastante se justamente um dos meus grandes defeitos e o que tem atrasado muito minha vida, é justamente pensar demais sobre tudo, analisar demais as coisas.
Há um ditado antigo que diz que “quem muito pensa, nada faz” e de uns meses pra cá, ou melhor, de uns anos pra cá, tenho percebido muito isso em mim. E embora eu venha sim, tomando boas atitudes aqui e ali, em relação a algumas coisas, em outras tenho deixado que a incerteza me impeça de fazer a escolha a qual, no fundo, julgo correta. Por outro lado, preciso buscar um equilíbrio maior, um controle maior. Como protelo demais para tomar algumas decisões, quando decido tomá-las, vou com muita sede ao pote, sem calcular muito os riscos e conseqüências, e isso me trouxe alguns problemas permanentes.


Outra coisa que venho pensando muito (olha eu fazendo isso novamente) é na frase “NÃO SOU OBRIGADO!”. Na verdade, venho mais sentindo essa frase, do que pensando, “não sou obrigado”. Nos últimos meses, passei por muitas coisas, uma sanfona emocional violenta. Passei por muitas mudanças e pessoas ao meu redor também, algumas mudaram pouco, outras muito e isso é natural, temos que aceitar nossas mudanças e as mudanças dos outros, mas, mesmo concordando com isso, uma coisa tem martelado minha cabeça há tempos: somos obrigados a aceitar e respeitar, mas de forma alguma somos obrigados a gostar. Algumas das mudanças pelas quais passei, foram benéficas para mim, outras não, serviram apenas para piorar minha situação. E isso vale não apenas pra mim, mas pras pessoas ao meu redor. TODO MUNDO MUDA, é uma lei da vida, mas nem por isso somos obrigados a gostar dessas mudanças.


Percebi que uma das coisas que tem me feito sofrer muito é me forçar a aceitar mudanças que aconteceram e das quais não gosto, não gosto nem um pouco, não concordo com elas. Percebi que tenho confundido aceitar a mudança com gostar da mudança e essas são duas coisas completamente distintas. Pessoas mudaram ao meu redor, estão muito diferentes hoje e por mais que isso seja um direito delas, essas mudanças me fizeram mal, me causaram uma estranheza muito desconfortável e definitivamente, NÃO SOU OBRIGADO a gostar disso. E por mais que isso possa chatear aos outros, no caso, a quem a carapuça servir, não me sentir mais obrigado a fingir, que gosto do que não gosto é bem libertador pra mim. Como disse, sou obrigado a aceitar e respeitar. Se as mudanças pelas quais as pessoas passaram foram benéficas pra elas, que bom, elas tem mais é que seguir o caminho que julgam ser o melhor pra elas, padrões de comportamento e assim por diante, mas da mesma forma, preciso pensar em mim e no que me é benéfico. E me obrigar a sentir coisas que não sinto, só tem me deixado mais doente.


Não me entendam mal, por favor, não estou dizendo que as situações e principalmente as pessoas são obrigadas a serem do jeito que eu quero ou espero, já perdi essa ilusão há muito tempo, esperar isso é pedir pra se frustrar. O que estou dizendo é que estou ficando a cada dia mais cansado de, já que as coisas tem que ser como tem que ser, ficar fazendo força para me harmonizar com algo que está fora de minha sintonia. Passo tempo demais tentando me sintonizar com os outros, acompanhar seu ritmo, aceitar seu jeito, enquanto o lado contrário vive sua vida e toma as decisões que quer, sem se preocupar em como isso vai afetar as pessoas ao redor, desde que isso lhe faça bem. Lutar contra o meu descontentamento tem me deixado exausto, pois sinto que estou fazendo algo que vai contra a minha vontade. Eu, que na minha infância e adolescência me anulei tanto em prol dos outros, achava que, hoje, depois de adulto, já não cometia mais esse tipo de erro, mas não, continuo de certa forma, tão submisso quanto antes, me forçando a enfrentar coisas que me fazem mal, na esperança de que os outros notem o meu esforço e me recompensem de alguma forma. Geralmente, com a atenção que a minha carência ainda tanto exige.


EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



1 Divagações

  1. Nossa... O caminho sempre será a forma que vc está disposto a amar , jesus nos amou com todos os nossos defeitos e sempre sólbe que seria traído por nós , e mesmo assim ele nos deu o amor mais lindo e puro que existe . Amor( Ágape ). Somente o amor é capaz de transformar tudo e todos ao nosso redor. E lembre se aceitar as diferenças e os limites do ser humano é essencial. Que Deus te abençoe !
    Seu depoimento me lembrou alguém mto especial e esse alguém eu tenho certeza que é um homem escolhido por Deus. E quem Deus escolhe ele capacita e com certeza quem vem a este mundo e se sente diferente de todos , é porque foi escolhido pra tornar o mundo melhor.

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