5

Sobre minhas rotineiras divagações solitárias.

quarta-feira, 22 de abril de 2015


Dias conturbados tem se passado. Embora eu já esteja no último ano do meu curso de design, confesso estar temeroso de não conseguir me formar, pelo menos não no período que eu planejava. Por não ter feito a "disciplina" de estágio obrigatório não remunerado, no final do ano passado, reprovei e por conta disso, serei obrigado a, ainda não sei como, pagar essa matéria no ano que vem (sou bolsista). Vai ser meio bizarro ter de pagar para trabalhar de graça, mas ou faço isso ou não poderei pegar meu diploma e nem me considerar oficialmente formado.
Está complicado conciliar tudo o que tenho que fazer. De uns anos pra cá andei enfrentando umas barras pesadas, alguns problemas de saúde, os quais graças aos céus hoje estou levando bem, uma desilusão amorosa que me fez desacreditar bastante de que um dia talvez eu encontre alguém pra mim que realmente valha a pena e atualmente, como já disse, o último ano de universidade não está sendo fácil, como já cantava a Kátia Cega. Além disso, um dos meus colegas de trabalho resolveu chutar o balde, jogar a toalha e está querendo pular fora da equipe. As demandas dele tem se acumulado e estão sobrando pra mim e meus outros colegas. Tenho voltado pra casa exaurido e faltado bastante às aulas. Preciso tomar cuidado quanto a isso, eu sei, mas está bastante complicado de levar. Soma-se tudo isso, essa minha solidão, com um S bem grande, enorme. 

Dessa minha solidão, os dias mais difíceis de lidar com ela são nos finais de semana e feriados. Trabalho a semana toda, volto pra casa a noite e fico louco esperando alguns dias de folga pra poder distrair, descansar, mas o problema é que ainda sou e pelo visto sempre serei dependente demais de companhia, contato humano, diálogo, o que não vem acontecendo em minha vida com frequência, já há um bom tempo. Como disse, já não acredito mais nesse negócio de amor. Acredito que as pessoas te usam por conveniência, não conscientemente, mas te usam somente pelo período de tempo no qual precisam de você para preencher o vazio delas, depois, quando não sentem mais essa necessidade, partem pra outra. Ou, no caso, outros. Outras pessoas que lhe sirvam melhor naquela fase de vida a qual ela está passando. Hoje, encaro relacionamentos como coisas passageiras, não importa se durem meses ou anos, pra mim, é apenas uma questão de tempo até que acabem, até que as duas pessoas ou uma delas enjoe da coisa. Esse lance de amor é uma coisa injusta pra caralho, sempre uma das partes acaba muito ferida, infelizmente no meu caso, sempre sou eu, por causa da minha infinita carência.
Em verdade, acredito que o que mais machuque é que no fundo no fundo, você não desacredita totalmente da coisa, apenas começa a achar, depois de um tempo, que aquilo não é pra você, para de buscar por isso e para de esperar, pois fazer ambas as coisas acaba te cansando, então você deixa tudo como está. Eu, que sempre fui tão recalcado e invejoso quanto aos relacionamentos amorosos alheios, hoje, como disse, meio que cansei, não me fedem nem cheiram muito, não fico atualmente, desejando mal, como fazia antes, torcendo pra que algo dê errado ou coisa do tipo, simplesmente, pra mim, é algo que está se tornando irrelevante. A felicidade dos outros, pelo menos nesse sentido, é algo com o que não me importo. 


Embora ainda estejamos entrando no mês de maio, já me decidi que não vou comemorar de maneira alguma o meu aniversário esse ano em agosto, não vou convidar ninguém pra nada e nem pedir nada pra ninguém, nem mesmo companhia. Há muito tempo não me sinto de fato querido, não sinto que as pessoas queiram realmente estar comigo. Sei que a minha personalidade não é das melhores e não sou a pessoa mais bem quista do mundo, mas considero e sempre considerarei que não peço muito aos outros, além de sua companhia, do real interesse delas pela minha vida, meus problemas. Dizer "pode contar comigo pra o que precisar", qualquer um o diz, posso treinar um papagaio para repetir isso pra mim se eu quiser. As pessoas sabem do que sinto falta, sabem do que eu preciso, sabem de que forma eu espero contar com elas, ainda assim parecem não se importar.
Embora seja difícil pra mim, dada a minha natureza egoísta, procuro me colocar no lugar das pessoas, a vida não está fácil pra ninguém e todo mundo tem seus próprios demônios pra encarar, mas por mais que eu tente entender, não consigo deixar de achar que a falta de interesse por parte das pessoas é maior que sua falta de tempo. Tudo, como disse, é uma questão de conveniência e de momento.

Sem mais. Muito cansado apenas.

EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



5 Divagações

  1. Olá, sou eu de novo, o anônimo que comenta aqui no teu blog. Pode me chamar de Maxim ^^ Faz muuuuuito tempo que também não comemoro meu niver e nem faço questão que me venham me parabenizar, só os parabéns da minha família basta. Me faz muita falta um contato humano. Sou péssimo em fazer amizades, de me soltar e sou muito desconfiado para com as pessoas; tenho mais medo do que um ser humano possa me fazer do que uma cobra, que sabemos qdo vai atacar.
    No caso das pessoas te usarem por um tempo e depois te descartar, é a mais triste realidade. Sempre tive inveja de um amigo meu, mas é a tal da inveja branca, aquela que te faz ter um modelo de sucesso a ser seguido. Não desejava o mal para ele, pelo contrário, mas quem estava se dando mal, na verdade, era eu mesmo por não conseguir alcançá-lo. Agora, esse amigo não precisa mais de mim para se distrair enqto passa férias e feriados na casa dos pais. Os amigos dele agora são de outro nível. Diferente de mim, são bem sucedidos, com títulos além de graduação, importantes de alguma forma pra ele...Ou seja, à ele já não sirvo mais para nada. Uma amizade que começou na infância jogada no lixo por pura falta de humildade e puro egoísmo da parte dele. Nunca o ignorei, trocávamos segredos, tentei ser o melhor amigo pra ele. No fim, a corda arrebentou pro lado mais fraco e quem se ferrou fui eu. Ele está lá, sempre sorrindo, com vários amigos do lado, saindo pra se divertir...Enquanto eu só fico chupando dedo.
    Desculpe estar desabafando aqui contigo. Teus textos me fizeram refletir algumas coisas que estavam obscuras na minha mente. Muito obrigado e sucesso pra vc.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, não precisa se desculpar. São pessoas como você que amo quando comentam no blog, pois em parte eu o criei pra isso, para tentar conhecer pessoas que se sintam um pouco como eu. Sinto muita falta de alguém com quem desabafar, conversar. Tenho alguns amigos, mas infelizmente, apesar de boas pessoas, não tem condições de ouvir meus desabafos como eu gostaria, então prefiro muitas vezes guardar pra mim ou escrever aqui no blog, embora atualmente esteja bem sem vontade, desanimado pra isso. Assim como sinto a necessidade de me abrir, desabafar, também admiro pessoas que sentem o mesmo. Obrigado pelas palavras amigas e gentis. :)

      Excluir
  2. Eu também sinto falta de ter alguém pra conversar, desabafar, sem que me critiquem agressivamente. Que bom que vc tem alguns amigos, mas infelizmente esse sistema que a sociedade impôs a nós, pobres seres humanos, de não ter tempo pra nada, somente olharmos para nosso umbigo, trabalhar igual a um condenado...Por isso que ninguém tem tempo para ninguém, cada um vive no seu mundinho particular, rodeado de tecnologia que faz de tudo para nós, onde o contato humano, cara a cara, não é mais necessário e interessante. Se não fazemos o que os outros (ou a maioria) faz, estamos fora, somos rejeitados até cedermos à pressão.
    Esse personagem que eu criei é apenas uma forma que eu encontrei de me expressar, de não sentir medo, de receber críticas numa boa, de poder falar para o mundo coisas que eu não conseguiria se fosse o eu-verdadeiro. Mas continuo sendo eu mesmo, ele é apenas um reflexo de mim ^^ Eu que te agradeço por compartilhar suas palavras e desabafos. Abraços do Maxim ;)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Antigamente eu me abria mais com as pessoas, contava tudo pra todo mundo, sobre como me sentia, mas hoje vejo que isso é ingenuidade. Confiei demais e fui traído, arrisquei me apaixonar e fui deixado de lado. Hoje, sinto falta sim, sinto vontade, mas me guardo bem mais. Acabei desenvolvendo um medo do outro ser humano, medo de me machucar, mas as vezes ainda encontramos pessoas com quem podemos realmente ter um diálogo bacana e eu creio que você compreenda o quanto isso parece que tira um peso da gente né? É como já dizia o Renato Russo: "Quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse, contra mim".

      Excluir
    2. Concordo plenamente, é tão bom ter com com quem a gente se abrir, confiar. Parece que sai um peso enorme das nossas costas. Eu também tenho muito medo do ser humano, dele usar o que sabe contra mim. Por isso nunca fui de me apaixonar perdidamente por alguém, a fim de me entregar de corpo e alma. Infelizmente ainda continuo sendo um pouco ingênuo, que acredita em tudo que falam, que acredita na bondade e nas boas intenções das pessoas...Mas hoje estou mais esperto, levei muita apunhalada nas costas e muita puxada de tapete. É isso, muito obrigado por ser meu confidente :)

      Excluir

Muito obrigado por comentar. Sendo contra ou a favor de minhas opiniões, as suas são muito interessantes para mim. Tenha certeza!