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Sobre injustiça relativa, educados ouvintes, primeiro a chatice e depois o prazer.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Manter minha sanidade, que já não é 100%, nesse ultimo semestre do curso vai ser um desafio e tanto. Não apenas por conta dos trabalhos e toda a rotina diária, mas também porque, como acabei de escrever, não me considero muito certo das ideias. Sou obsessivo, levemente compulsivo, neurótico e completamente preso ao passado, mesmo sabendo que jamais poderei modifica-lo, não importa o quanto eu deseje isso. Não consigo perdoar as pessoas que me magoaram, guardo-lhes ressentimentos fortes e estou sempre pensando em como gostaria que, pelo menos uma vez na vida a situação se invertesse, que elas sofressem enquanto eu fosse feliz. A parte de mim que ainda conserva a sanidade sabe que esse não é nem de longe um desejo pensamento, saudável ou correto, mas existem horas as quais sinceramente não luto contra isso. Não consigo evitar de pensar sobre o quanto a vida pode ir por caminhos injustos, embora injusto e justo seja relativo para cada um. Para uns, pode ser justo que eu, rancoroso como sou, termine solitário e amargurado. Para outros, para mim, é bem injusto ver que as pessoas te machucam, magoam, que usam você e depois deixam de lado, tenham um final feliz.

As aulas já começaram há duas semanas, mas é sempre aquela mesma história: quase nenhum aluno comparece nos primeiros dias e os professores praticamente não dão conteúdo relevante. Se são novos, falam um pouco sobre si e se já são da casa, apenas colocam os alunos a par do que pretendem ministrar até o término do ano. Para mim, o semestre oficialmente dito vai começar hoje, segunda-feira, dia 17 de agosto, pois, embora eu já esteja frequentando as aulas regularmente desde o final das férias, os professores vão começar a pegar pesado a partir de agora.
Também há duas semanas minha mãe saiu de casa após 39 anos. Se mudou para o seu tão sonhado novo micro-apartamento. Afirma estar feliz, embora ainda sem previsão de poder comprar uma geladeira, sendo obrigada a ingerir alimentos não perecíveis (imortais) ou guardar os perecíveis (mortais) na geladeira da vizinha, com quem fez amizade dias após sua mudança. Bem, desde que ela se cuide, procurando se manter viva o máximo que conseguir e não fazer gastos que me obriguem a cobrir suas dividas está ótimo. De minha parte foi tudo bem estranho incialmente, passar a semana toda sem ninguém em casa, mas confesso que não é de todo ruim e que me acostumei rapidamente (ter a comida já pronta, feita pela minha tia, quando chego, tendo apenas o trabalho de requenta-la, ajuda muito, admito). Poder ficar completamente desnudo dentro de casa é bastante agradável, ajuda os poros a se manterem sempre arejados. Outro ponto positivo é não ser obrigado a conversar quando não estou com vontade, o que atualmente tem sido quase sempre. Não que eu não curta uma boa conversa, é só que não tenho mais sentido há muito tempo que consiga ter de fato boas conversas com as pessoas de meu convívio social. A maioria delas, tirando uma ou outra, parece que me ouve somente por educação. 

Falando em educação, isso me lembra novamente de estudos, que me lembra Universidade, que me lembra TCC, o famoso Trabalho de conclusão de Curso. O último sábado, dia 15 de agosto, foi o primeiro de muitos de muita pesquisa. Sempre odiei estudar e fui um aluno abaixo da média, mas agora, com a proximidade do término de meu curso e a obrigatoriedade em entregar esse trabalho, gostando ou não, terei que mudar minha rotina dos finais de semana e organizar melhor meu tempo. Não vou deixar de passear, ir ao cinema, lanchonete e tal, mas goste ou não, vou ter que mergulhar em muita pesquisa e passar um bom tempo com a bunda colada na cadeira, em frente ao computador, resistindo às redes sociais e usando esse tempo para algo mais relevante. 
De início até que minha orientadora não exigiu muito. Para essa primeira semana, uma pesquisa sobre a história da coleção de livros com os quais vou trabalhar, um resumo de cada livro e a história de suas capas, as quais vou redesenhar e é o foco desse meu projeto. Tinha pensado em desenhar tudo primeiro e deixar o relatório por último, pois como disse, odeio estudar, mas todos estão me aconselhando a fazer a parte mais chata primeiro e deixar a prazeirosa por último. Sendo assim, vamos lá.


EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



1 Divagações

  1. A vida parece injusta mesmo e parece que a todo momento estamos sendo testados. Mas se vc direcionar seus pensamentos para coisas boas, esquecer as ruins (por mais que seja difícil), com certeza acontecerão, cedo ou tarde, coisas boas à vc. E é o que vai acontecer mesmo, terminar sozinho e amargurado, se vc não plantar a sua semente agora e deixar de carregar tanto peso nas suas costas. Ligue o "foda-se" para algumas (ou muitas) coisas e seja feliz!
    Que bom que tua mãe se ajeitou na nova moradia e que vc já se acostumou com sua nova rotina sem ela. Boa sorte no teu TCC e que tudo dê certo ;)

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