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Sobre dias mais frios, mas menos escuros em vários sentidos.

quinta-feira, 9 de junho de 2016


Tenho medo de afirmar com certeza, mas ao que parece o céu finalmente limpou. Na última semana e meia não parou de chover um só minuto aqui na cidade e isso já estava afetando não apenas o meu psicológico, mas o da maioria da população. Prefiro mil vezes o clima frio do que o calor, mas frio com chuva é realmente desconfortável e gera uma infinidade de transtornos. As roupas não secam e não podem ser lavadas, tudo parece constantemente molhado, mesmo dentro de casa, as paredes, os móveis, o chão. Até mesmo sentar no sofá pra ver TV se torna desconfortável, pois pelo menos em casa, temos que cobrir alguns móveis ou tirá-los do lugar a cada chuva forte, por conta das inúmeras goteiras oriundas do forro velho e carcomido.

Quando calha de chover sem parar desse jeito que choveu, hora sim hora não, sempre fico bastante depressivo, primeiro pelos dias cinzentos, molhados e frios. Dias assim são bons se você tiver uma vida confortável, numa casa confortável, caso contrário só servem para fazer com que você reflita sobre o quanto algumas coisas são difíceis de levar. Por ser obrigado a passar a maior parte do tempo preso dentro de casa quando não estou no trabalho, acabo pensando bobagens demais, lamentando o passado imutável, o presente apático e o futuro que, em dias como esses, parece desesperançoso. A noite me deito cansado e acordo sem vontade de me levantar do chão da sala onde durmo. Nesses últimos dias, antes da chuva passar, as manhãs chegaram envoltas em muita neblina, muita mesmo, coisa de filme de terror. Coisa rara aqui em Bauru. De uma beleza melancólica


Já não chove há dois dias e meu ânimo está melhorando  aos poucos. O frio vem persistindo e de acordo com a meteorologia vai aumentar ainda mais, mas eu não ligo, desde que não chova mais, vou adorar ter noites de sono mais tranquilas, debaixo de dois ou três cobertores e quando sair, poder me arrumar do jeito que tanto gosto, com luvas, cachecol e caso esfrie muito mesmo, até um gorro de lã com "fru-fru" no topo, que comprei no inverno passado. Me pego pensando o quanto está ficando difícil acordar cedinho e me lembro da minha bicicleta e dos domingos de manhã. Me pergunto nas mãos de quem ela está agora, ou melhor, embaixo do cu de quem. Provavelmente de algum traficante ou viciado. Penso em qual seria minha reação, caso algum dia desses eu visse alguém pedalando com ela pelas ruas. Provavelmente nada faria. 

O lado ruim desses tempos frios é que sinto ainda mais falta de companhia, de estar com os amigos ou com um alguém especial, que me aceite mesmo eu não sendo fisicamente bonito, como é a realidade. Aí, invejoso como sou, começo a pensar nas pessoas felizes com seus namorados ou namoradas e no quanto gostaria de vê-las infelizes. Um pensamento cruel, mesquinho, egoísta e infantil, sei disso, claro, mas não vou mentir. Algumas poucas pessoas me admiram pela minha sinceridade em expressar meus reais sentimentos, mas sei que ao fazer isso, causo também uma grande má impressão a meu respeito. O caso é que realmente não ligo, não mais. Já me preocupei tanto com o que as pessoas pensavam sobre mim, em passar uma imagem de bom moço e de nada adiantou. As pessoas só enxergam em você o que querem, independente do quanto você se esforce para mostrar seu melhor lado. Então, paciência.



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