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Sobre chuvas torrenciais, dolorosas picaduras protetoras e bicicletas fumadas.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Parece que foi ontem que um filho de uma puta invadiu minha casa, levando minha bicicleta, mas daqui há alguns dias já vai fazer um mês. Depois de todo esse tempo, já me é certeza que jamais a verei novamente. Talvez algum dia, pelas ruas da cidade, sendo pilotada por um qualquer, mas já não me importa mais, ela já deve ter sido cheirada ou fumada, em outras palavras, trocada por drogas, e eu estou a cada dia me apegando menos às coisas que perco. Coisas e pessoas. Noutro dia sonhei com uma pessoa outrora importante do meu passado, não necessariamente com ela, mas no sonho, conversava com um psicólogo sobre o quanto ainda sinto sua falta. O estranho é que não acordei me sentindo triste ou nostálgico, mas idiota, por depois de todo esse tempo ainda sentir falta de pessoas que ficaram pra trás por escolha própria e estão em paz com a decisão que tomaram. E me sentir apenas idiota e não triste me faz perceber que de certa forma eu consegui evoluir, nem que seja um pouquinho, me mostra que estou aceitando melhor alguns fatos da vida, apesar da melancolia e que por mais que alguns assuntos nos doam, temos outros que merecem nossa atenção mais urgente, como por exemplo, a troca de minha janela velha por uma melhor. Usada, mas melhor. 


Bauru tem enfrentado chuvas torrenciais nos últimos dias, tempestades grotescas, daquele tipo que alagam ruas, derrubam árvores e arrebentam a fiação dos postes de luz. Eu por sorte tenho um teto pra dormir, mas não é exagero dizer que a casa onde moro está em petição de miséria, pois é extremamente antiga, com rachaduras, goteiras mil e agora, depois que fomos invadidos, decidiu-se trocar a janela velha e podre de madeira por uma mais moderna, que minha prima nos cedeu da reforma de sua casa. A troca já deveria ter sido feita há uma semana, mas como eu disse, com toda essa chuva isso se torna impossível. Por um lado estou contente por colocarmos uma janela melhor no lugar da antiga, mesmo a casa não sendo nossa. Apesar de morarmos há anos de favor no imóvel, até que algo milagroso aconteça é lá que temos que ficar e temos de tentar viver da melhor forma possível. O problema é que qualquer tipo de obra, reforma, pequena ou grande me deprime, estressa, me deixa doente. Odeio bagunça, sujeira, barulho e quebra-quebra. Já estou imaginando e, como é de minha natureza, sofrendo antecipadamente, com o caos que será no dia dessa reforma. Há alguns meses atrás, quando meus amigos e seu pai foram gentilmente em casa arrumar o encanamento, só de ver tudo quebrado eu já tinha vontade de me atirar do viaduto. Imagine agora então, que farão um buraco na parede. Bem, tecnicamente o buraco da janela já vai estar lá, mas seja como for, vai sobrar entulho, poeira e sujeira pra depois. Estou tentando focar meus pensamentos na segurança que teremos com a nova janela, mas independente disso, como disse, todo o processo até sua instalação completa vai me fazer surtar em silêncio


Toda essa mudança repentina do clima, num dia tempestade, no outro sol escaldante, depois tempestade de novo tem afetado minha saúde. Não tô morrendo, como tenho certeza que alguns gostariam, mas vira e mexe estou indisposto e com começo de gripe. Por sorte consegui tomar a tão famosa vacina contra a mortal gripe H1N1 e espero que ela realmente venha a me proteger contra esse mal que tem assolado a humanidade. A dor da picadura da agulha é insuportável, acredito se assemelhar a dor de um parto natural, mas se tudo der certo, estarei protegido. Contudo, como tem acontecido em alguns casos, a vacina me derrubou feio por uns dois dias. Não pude deixar de trabalhar, lógico, pois sou adulto e adultos trabalham mesmo que se sentindo mal, mas fiquei bastante abatido. Por sorte, depois de algumas gotas de DP Rona e uma sopinha, já estou novo em folha. Dizem que essa vacina demora umas duas semanas até começar a proteger o organismo. Agora é torcer para não contrair nada até lá. 
Além dos efeitos colaterais, os quais eu já esperava após a inoculação, tive o azar de descobrirem através da minha carteirinha de vacinação que eu estava com umas outras duas ou três vacinas vencidas, então acabei sendo obrigado a ser espetado mais do que eu esperava. E acreditem, tomar três injeções no mesmo dia, nos dois braços, não é bolinho não. A punhetinha diária tá tendo que esperar. Bom, como eu disse, desde que eu fique protegido contra os mais diversos males, tá valendo as picaduras. Segue a vida.



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