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Resenha - Ajin: Demi-Human - Panini Comics

sábado, 20 de agosto de 2016


Até pouco tempo atrás, nunca tinha ouvido falar desse mangá. Sou nerd velhaco, das antigas e acabo descobrindo as novidades sempre meio que por acaso. Não aconteceu diferente com Ajin: Demi-Human. Navegando pela Netflix há alguns meses, vi o anime no catálogo e decidi dar uma conferida pra ver do que se tratava, pois achei a imagem de capa um pouco assustadora, um "fantasma negro" esquisto. Logo pensei: "Bem, deve ser coisa boa". E pessoas, não estou exagerando em dizer que, na minha opinião, foi um dos melhores animes que conferi nos últimos tempos. Assisti ao primeiro episódio, ao segundo e quando dei por mim já tinha maratonado a primeira temporada toda em dois dias. Todos ela está disponível no serviço de streaming.



Dezessete anos atrás, apareceu um humano imortal em um campo de batalha na África. Desde então, mais desses seres são descobertos de tempos em tempos em meio à humanidade, e eles passaram a ser chamados de "Ajins" (do japonês, literalmente "nova classificação de humano", "sub-humano").
No Japão, Kei Nagai, um aluno do colegial focado em seus estudos e sonhando em cursar medicina, sofre um acidente de trânsito na volta pra casa e morre na hora. Só que ele ressuscita. É o surgimento de mais um Ajin. Um grande prêmio é oferecido pela sua captura e isso desencadeia uma verdadeira caçada. E assim, começa a fuga de um garoto perseguido por toda a humanidade. Encurralado pela polícia, pela população e por uma agência governamental que deseja usa-lo para experimentos científicos, Nagai, que é cercado de falsos e invejosos amigos, vê a única esperança de ajuda em Kai, um antigo amigo de infância com quem havia cortado relações há muito tempo.


Quando fiquei sabendo que o mangá de Ajin seria lançado no Brasil eu fiquei eufórico. Ultimamente tenho comprado mais as histórias de volume único como The wedding eve, mas gostei tanto da história quando assisti ao anime que não resisti em começar a coleção. E se eu já havia achado o anime interessantíssimo, me encantei ainda mais na leitura, muito mais detalhada e com desenhos fabulosos de Gamon Sakurai. Apesar do contante tom sombrio, Ajin não é um mangá de terror, nada a ver com "mortos-vivos", o lance aqui é outro, uma mistura de drama, ação e mistério, pois ainda não se sabe o que são os Ajins, como surgiram, como podem possuir o dom da imortalidade. Seriam anjos, demônios, alienígenas, uma nova forma de evolução da raça humana? Em minha opinião é isso que me cativou tanto na história, pois você acaba ficando curioso demais pra saber o que são esses Ajins, se são humanos ou não, se seus poderes são místicos ou fruto da evolução.



Mas a trama não é interessante apenas por isso. Como na maioria dos animes e mangás os personagens são profundos, todos com suas personalidades interessantes e distintas, principalmente Kei, o protagonista. Geralmente os "heróis" de mangás são nobres e cheios de virtudes, íntegros e sempre prontos a ajudar, o que não é o caso de Kei Nagai, que apesar de ser um garoto estudioso, é egoísta, cheio de hipocrisia, muitas vezes chegando ao ponto de não se importar com a vida do próximo, desde que isso traga alguma vantagem pra ele. Depois de alguns capítulos você começa a duvidar se ele não merece mesmo passar pelo que está passando, chegando a desejar que ele acabe recebendo um castigo merecido pela sua personalidade egoísta.

Pelo pouco que soube até agora, o mangá original tem 9 volumes e espero que seja publicado aqui no Brasil na mesma quantidade. A periodicidade será bimestral, o que achei ótimo, já que o preço é um pouco salgado, R$ 17,90. Mas não estou mentindo quando digo que vale cada centavo. A Panini fez um trabalho excelente, a capa cartonada com verniz localizado e um papel de ótima qualidade e mais de 230 páginas por edição.



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