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Sobre dividir a culpa, admitir suas falhas e quase um pedido de desculpas

sábado, 26 de outubro de 2019



Todas as vezes que penso em escrever nesse blog me vem a mente o motivo pelo qual o criei: vingança. A intenção de escrever coisas que atingissem as pessoas as quais eu julguei que me magoaram de alguma forma.
Se vocês se derem ao trabalho de ler minhas postagens de anos atrás, com certeza irão me rotular como uma pessoa muito escrota, imatura e ridícula. Sim, com certeza eu fui, talvez ainda seja, levando em conta a quantidade de mágoa e rancor que ainda guardo até hoje, de tantas pessoas que passaram pela minha vida. A diferença é que hoje eu aprendi a ser mais contido, não apenas por perceber o quão ridículo eu era, mas também, creio eu, por conseguir enxergar meus próprios erros e parar de me vitimar tanto. Pessoas me machucaram ao longo dos anos, intencionalmente ou não, mas o fato é que eu também não fui um exemplo de ser humano com muita gente. E a verdade é que, assim como eu não sou obrigado a aturar nada que me desagrade por parte dos que me cercam, os outros também tem o direito de fazer o mesmo. Não que eu esteja isentando os outros de culpa, tenham me ferido intencionalmente ou não, mas é fundamental que eu também assuma meus erros. Certa vez uma psicóloga me disse que as pessoas só fazem com você o que você permite que elas façam, hoje, com um tico a mais de maturidade eu completo essa afirmação dizendo que, embora eu particularmente não considere isso uma regra, muitas vezes você recebe de volta o que dá aos outros.
Não que eu tenha sido ou seja uma pessoa falsa, não que eu não tenha amado ou ame com sinceridade, mas a verdade é que muito do carinho e atenção que dei aos outros foi por pura carência, esperando reciprocidade. E não que eu não tenha tido retorno, mas sempre esperei amor e afeto num nível maior do que eu oferecia aos outros, e isso me fazia criar expectativas e perder o controle. Quanto mais eu esperava dos outros e sentia que não recebia o bastante, mais eu me esforçava para conseguir o que queria. No final das contas ficava tudo antinatural.
A verdade é que o tempo, sendo totalmente franco não me trouxe a cura para esse meu comportamento, mas sim um controle maior. Aprendi a não esperar tanto das pessoas pois sei que vou me decepcionar com elas, não porque elas sejam más, mas porque assim como eu, não são e nunca serão perfeitas e, por mais que neguemos, em maior ou menor grau todos esperamos dos outros, sempre. E hoje consigo me dar conta e ter uma percepção maior do quanto tanta gente já deve ter esperado algo de mim e o quanto eu as decepcionei com isso.




1 Divagações

  1. obom de termos um blog é que podemos ver a nossa evoluçao, seja na nossa vida, na nossa escrita, na nossa forma de ser..
    como bem disses podes nao ter te liberado dessa raiva, mas com o tempo aprendes-te a aceitar esse sentimento e a controlar-te melhor...
    boa continuaçao!

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