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Sobre se permitir mais ânimo, dias ensolarados de fuga e o amargor do auto-conhecimento.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011


Antes de começar a postagem de hoje, tenho um aviso importante aos meus seguidores: Depois que mudei o layout eu não percebi e acabei bloqueando sem querer alguns comentários, permitindo apenas contas Google, mas isso como disse foi um lapso meu. ESSE PROBLEMA JÁ FOI CORRIGIDO! Quem tentou comentar e não conseguiu, com certeza deve ter sido por causa disso. Se quiserem comentar, tudo está liberado agora. Todavia como sempre ressalto aqui, continuo não aceitando comentários ANÔNIMOS. É isso.

Dias atrás eu disse a um amigo meu que algumas vezes durante nossa vida, quando nós não nos empolgamos inicialmente com uma situação isso não significa que a própria situação não acabe nos empolgando com seu decorrer. Antes de começar o meu curso no SENAI eu confesso que realmente não estava nem um pouco empolgado, mesmo tendo a
consciência de que preciso me especializar mais em minha área de trabalho e que fazer um curso me ajudaria muito. Mesmo o fato de ter ganhado uma bolsa de estudos não estava me empolgando. Eu sempre fui assim, mais emocional do que racional e acho que sempre serei. Porém uma coisa que consegui mudar em mim é o fato de que hoje em dia, mesmo estando desanimado de início com algo eu me permito dar uma chance seja ao que for. Antigamente, quando eu considerava uma coisa chata ou sem graça, desistia dela logo de início. Hoje chego até a me perguntar como cheguei a ter uma mentalidade tão derrotista. Tá certo, não sou nenhum exemplo de boa vontade, perseverança ou pro-atividade, mas me orgulho de ter conseguido melhorar o meu psicológico nem que seja um pouco. Por enquanto o professor está ensinando o básico, coisas as quais eu já sei faz tempo, mas até que é bom porque às vezes conseguimos esquecer as coisas mais básicas e não há mal nenhum em tirar as teias de aranha do cérebro. Bom também que pelo menos eu me sinto sabichão, já que metade da sala nunca estudou o assunto então além de eu me sentir inteligente eu ainda dou uma mão para os alunos mais confusos. Não pensem que estou dando uma de metido e sabe-tudo, só estou dizendo que é bom fazer um curso sem se sentir inferior à maioria das pessoas na sala, como aconteceu quando cursei colégio técnico. Falando em colégio técnico, acho que finalmente vou conseguir pegar meu diploma. Já estou há seis meses trabalhando como web designer e o meu ex-professor me disse que posso ir ao colégio com um documento da empresa para validar meu estágio, depois é só colar grau no final do ano com um monte de desconhecidos irrelevantes, o que vai ser a parte mais chata


Os dias aqui em Bauru tem estado muito ensolarados e isso tem me dado vontade de tirar um dia de folga apenas para passar a tarde no Zoológico, Jardim Botânico ou simplesmente caminhar pelo calçadão do aeroporto, mesmo correndo o risco de ser sugado pelas turbinas de algum avião. Claro que poderia fazer isso sem problemas nos meus finais de semana, mas o caso é que eu e mais um milhão de pessoas concordam com isso. No meu horário de almoço vou todos os dias caminhar no parque Vitória Régia, aqui perto do meu trabalho e tenho vontade de ficar por lá mesmo, mas essa vontade me vem justamente porque de segunda à sexta ele fica quase vazio durante o dia todo, tirando é claro os transeuntes que vem e vão pelas calçadas da Avenida Nações Unidas, onde o parque fica. Então como disse, o lance é esse, nos finais de semana sobra tempo, mas falta tranqüilidade, enquanto nos dias de trabalho, tudo é calmo e sossegado. Mas como aproveitar se temos que passar o dia trancados no serviço? As vezes quando faço uma folguinha pro café ou cinco minutinhos pra descansar os olhos eu fico olhando pela janela do escritório e minhas pernas chegam a formigar de vontade de sair correndo porta afora e ficar embaixo de uma das centenas de árvores do parque. 
Quando eu ainda trabalhava nos Correios e vivia me deixando abater pelos meus problemas de dois em dois dias, muitas vezes eu fugia do trabalho, inventava um desculpa pro chefe, dizia que tinha um assunto de família pra resolver e simplesmente saía caminhando a esmo pelas ruas, muitas vezes chorando, as vezes apenas para poder ficar um pouco ao ar livre, já que não tenho muita vida social e minha rotina sempre foi meio de casa pro trabalho, pro colégio e vice-versa. Confesso que atualmente tenho pensado muitas vezes em inventar uma gripe, uma diarréia ou coisa do tipo e tirar um dia inteiro só pra ter um tempo só pra eu mesmo e mais ninguém, esquecer família, amigos, trabalho, curso e ficar apenas olhando o céu, contudo não vou fazer isso tão cedo, já que uma das muitas mudanças positivas que ocorreram comigo nos últimos anos foi me dedicar à alguns projetos, sejam pessoais ou de trabalho com mais afinco. 


Eu cometi muitos erros até agora em minha vida, continuo cometendo e como humano que sou, com certeza morrerei cometendo erros, não há como escapar disso. Sempre fui uma pessoa muito revoltada e ao invés de aprender com os erros que cometi, apenas os amaldiçoei e me julguei sempre vítima da situação. Ainda não melhorei 100% nesse sentido, mas já tenho grande consciência de muitas coisas e travo uma luta comigo mesmo todos os dias para me tornar uma pessoa melhor, ainda mais depois que nesse ano, alguém muito especial entrou em minha vida e mesmo a distância está me mostrando o quanto é bom amar. Um dos erros mais graves que cometi durante muitos e muitos anos e que me custou muito, além de me fazer sofrer horrores foi culpar as pessoas pelos meus problemas. Se eu não tinha amigos isso não era culpa minha, mas sim das pessoas que não conseguiam enxergar a pessoa legal que eu sou. Se não conseguia um emprego bacana ou se conseguia menos coisas que as outras pessoas, a culpa era do mundo injusto e das pessoas frias, que nunca souberam me valorizar. A culpa de minha infelicidade e tudo o que eu não sou hoje, tudo o que eu ainda não consegui é culpa exclusivamente minha e de mais ninguém, contudo além de não admitir essa verdade, pois admitir certas verdades pra si mesmo sempre dói, eu ainda descontava toda a raiva que tinha de eu mesmo em cima das pessoas, despejando grosserias e lhes apontando o dedo. Fiz isso até muito recentemente, pois já escrevi aqui várias vezes que criei esse blog unicamente com o intúito de atingir determinadas pessoas, de chamar-lhes a atenção, mesmo que fosse de forma agressiva. Como disse, confesso que ainda não parei com isso, velhos hábitos são difíceis de largar mas temos que fazer das tripas, coração para superar alguns defeitos nocivos, não só a nós mesmos mas aos outros também. Se eu lhes disser que não fico com raiva de certas pessoas, que não lhes guardo o mais profundo rancor eu estarei mentindo para mim e para os outros, mas o caso é que não os culpo por minha vida ser como é, por hoje não ter quase que companhia nenhuma para sair, dois ou três gatos pingados para conversar no MSN. Eu busquei isso me comportando da forma como me comportei nos últimos anos. Fui ferido sem motivo várias vezes sim, mas na minha ignorância, na minha ânsia também feri pessoas unicamente pelo prazer de ferir. Sempre considerei corretas coisas como "olho por olho, dente por dente", "quem com ferro fere, com ferro será ferido", sempre considerei essa linha de raciocínio como justiça. Pode até ser, mas também cheguei a conclusão de que nem tudo que é justo deixa um gosto bom na garganta da gente.

Eduardo Montanari Sobre o Autor:
Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática e trabalha como designer e web designer. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


7 Divagações

  1. É, o duro processo do amadurecimento, processo este que travou lá no começo da minha vida e não deslanchou mais, para bem ou para mal. Lembrei das malandragens que faziam para faltar ao trabalho quando eu era escrava em banco, estado, prefeitura... Quando alguém tinha conjuntivite, era uma fila de pessoas interessadas em agarrar para ser contaminado/a e poder tirar uns dias de folga. Mesmo correndo o risco de ter sua capacidade visual diminuida, nem passavam remédio pra prolongar os days off! O mesmo para gripes terríveis que dessem febrão: melhor ficar numa cama do que em certos ambientes de trabalho! Mas ninguém supera o nosso office boy: se atirou na frente de um carro para ficar um pouco consigo mesmo! Quase fica consigo mesmo para sempre! kkk

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  2. E a gente aprende um pouco a cada dia. Quem disse que vc não tem sorte, não é mesmo? Desde o dia em que lhe conheci através do blog vejo o tanto de coisas boas que conseguiu. Isso é muito bom. Ninguém fica no mesmo lugar a vida toda. Até os seus posts estão menos agressivos. Abração

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  3. Mary
    Pois é, como eu disse, vez ou outra ainda uso o blog para poder dizer umas boas verdades para determinadas pessoas e não me arrependo de fazer isso, mas com o passar do tempo eu tenho feito isso apenas para desabafar. Vi que agredir gratuitamente essas pessoas para chamar-lhes a atenção além de ineficaz é bastante nocivo para eu mesmo, pois me afogo em meu próprio veneno venenoso.

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  4. É isso ai Edu, o segredo de tudo, é nos permitir, nos dar uma chance, pq nem tudo parece belo a primeira vista, e isso vale pra tudo, trabalho, escola, curso e pessoas, as vezes é preciso uma segunda avaliação pra descobrirmos o quão bom ou boa, pode ser determinada coisa ou pessoa.

    Cara ta ai, algo que temos em comum, também gosto muito de caminhar, principalmente aos domingos e feriados, que é quando o centro aqui da minha cidade é mais calma, nesses dias eu simplesmente saio pra dar uma caminhada, e aproveitar a calmaria da cidade, pensar, refletir e relaxar.

    É Edu, só posso te parabenizar pelas mudanças, como diz Lao-Tsé que é uma famoso filósofo chinês:

    "Aquele que conhece o outro é sábio.
    Aquele que se conhece a si mesmo é iluminado.
    Aquele que vence o outro é forte.
    Aquele que se vence a si mesmo é poderoso.

    grande abraço

    edu por favor act esse apague o outro

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  5. Ah, agora posso comentar, graças a Deus!
    Ao contrário de você, sempre fui mais racional do que emocional. mas também procuro não me empolgar tanto com as coisas, pois também sou intuitiva. Penso que para dar certo, melhor é não visualizar tanto o sucesso.
    Beijão.

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  6. Nina
    Eu aprendi duramente que fazer expectativas em cima das cousas e das pessoas só é nocivo para si mesmo.

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  7. Adorei e muito o seu novo layout. Alias, combina muito com os temas que voce aborda.

    Eu admiro como voce e outro amigo blogueiro escrevem seus textos. Nunca que eu os leio apenas uma vez, leio e releio. Voces exteriorizam passagens da vida, circunstancias atuais, o que gostam ou não, mesclando enredos que se combinam.

    Eduardo, adorei sua citação no meu post, porque eu sempre gostei das letras do Renato.

    beijos

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Muito obrigado por comentar. Sendo contra ou a favor de minhas opiniões, as suas são muito interessantes para mim. Tenha certeza!