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Sobre um turbilhão de pensamentos amedrontadores, corredores destruídos e pesadelos de morte e sofrimento.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Uma coisa da qual não posso reclamar é em ter problemas para dormir, a menos que eu esteja passando mal ou que seja uma noite muito, muito quente ou cheia de pernilongos, eu durmo a noite toda, só acordando pela manhã. Há alguns meses adquiri o costume de tomar uma xícara de chá de ervas calmantes, desses de saquinho mesmo, pois tem me evitado pesadelos (não muito, em verdade) e me feito acordar sem dores no corpo. Entretanto, apesar de passar a noite bem, na maior parte do tempo, ultimamente tenho enfrentado um problema, a meu ver, grave: Desde que fui dispensado do meu namoro virtual e mais recentemente, quando minha gatinha de estimação quase foi esmagada pelo pneu de um carro, todas as noites quando deito a cabeça no travesseiro para dormir, sou tomado por pensamentos e sensações horríveis, taquicardia, falta de ar, desespero, começo a ter a impressão de que, se eu dormir não vou acordar, que vou morrer ou que alguém em casa vai morrer dormindo, começo a pensar em acidentes, atropelamentos, me dá um pânico enorme, um medo de morrer absurdo e eu começo a chorar, implorando a Deus para não morrer. E olhem que eu não sou de implorar a Deus. Tenho vontade de me levantar da cama, sair pelas ruas chorando pela madrugada afora, minha cabeça ferve, meus pensamentos aceleram e eu não consigo parar de pensar em morte e tragédias, fico pensando que a qualquer momento eu posso morrer, seja de causas naturais ou por algum acidente e até agora não vivi ou fiz nada do que quis fazer, a vida pode acabar a qualquer minuto e eu não tenho coragem de ser como realmente quero ser. Fico nisso por mais de uma hora até conseguir adormecer, geralmente depois de já ter chorado muito e me levantado umas três vezes para beber água. Só posso deduzir com isso, que o meu psicológico parece estar piorando.

No trabalho os dias tem estado tranquilos, não falta serviço pra fazer, mas agora em escala bem menor, sem aquela correria toda, pois os principais eventos da faculdade já passaram, restando agora apenas o vestibular, mesmo assim, a maior parte da campanha dele já fizemos, banners, folhetos, site, cartazes, tudo pra ontem e na maior correria. Acredito que de agora até o final de 2012, teremos um tempo maior para respirar. Meus colegas dizem que dezembro e janeiro são dois meses dos mais calmos também, pois todos os alunos estão em ferias e o silêncio impera, mas também, com aulas ou sem, trabalhar na Reitoria da faculdade garante um ambiente de trabalho tranquilo e silencioso, embora a nossa nova sala de trabalho seja menor e sem uma vista bonita pela janela, como era no térreo, o fato de estarmos numa parte nobre do edifício ajuda bastante na organização e paz.
No feriadão nada fiz, mas não por opção, pois se dependesse de minha vontade, teria passeado muito, ido ao zoológico, talvez em algum evento, cousa e tal, mas acabou que fiquei quatro dias preso em casa sem nada de muito interessante pra fazer. Pra piorar, o corredor de casa, o único acesso que temos para dentro do imóvel esta em obras para conserto do encanamento (quem lê pensa que é algo de nível arquitetônico) e isso tem me tirado do sério, pois odeio bagunça, sujeira, entulho, poeira, terra e caos onde deveria haver harmonia. Embora eu saiba que essa reforma é por uma boa causa, o transtorno de ter que olhar todos os dias para o buraco aberto, ser obrigado a me esgueirar pelo canto do corredor, podem me chamar de frescalhão se assim desejarem, mas não sou do tipo de pessoa que fica bem em meio a desorganização. Já tenho o meu interior todo desorganizado o suficiente.

Ando pensando muito sobre como vai ser minha vida no próximo ano, caso eu realmente consiga entrar na faculdade. Meu tempo livre realmente vai sumir por completo? Será que vou me estressar muito com os estudos? Vou conseguir concilia-los com o trabalho? Terei tempo para amigos queridos? Farei novos? E o que vai ser da minha vida pessoal? Vou encontrar alguém legal novamente, uma namorada ou namorado, alguém que realmente queira estar comigo?
Eu sou assim, antes de cada nova etapa de minha vida eu me deixo levar por um turbilhão de pensamentos amedrontadores, fico achando que não vou dar conta do recado, que vou "pedir pra sair", que tudo vai dar errado não importa o quanto eu me esforce, porque tudo vai ser muito difícil pra mim. Mas por mais que todas as vezes eu passe por isso, tenha medo, receio, insegurança, quando me dou conta estou no meio do meu desafio, enfrentado-o, muitas vezes cansado, abatido, ferido, mas notei que, com o passar do tempo, conforme você vai passando pela tempestade, os destroços que te atingem já não te machucam mais tanto quanto antes. No começo você se defende das coisas que vem até você, se encolhe e se desvia, mas depois com o tempo, já calejado, toma menos sustos com as coisas, se surpreende menos e passa a rebater os males que aparecem, quase com a mesma força com a qual eles tentam lhe afligir.
Sou bastante fraco ainda, sei disso, muito covarde em vários aspectos, mas hoje, ao mesmo tempo em que sinto medo do futuro, também junto com o medo tenho uma imensa curiosidade em saber o que me espera nos imprevistos que virão. Independente do que seja, eu preciso continuar em frente.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



3 Divagações

  1. É, Edu, esses sintomas que vc sente ao dormir eu os conheço bem, pois como já disse qui, tenho uma pessoa muito próxima que passa pelas mesmas coisas, medo, taquicardia, falta de ar, desespero, medo de morrer dormindo, exatamente desse jeito, estou a ajudando da melhor forma que posso. Depois da conversa que tivesse com essa pessoa ela se dispôs a procurar um especialista e já marcou uma série de exames, inclusive o Eco, para ver de onde vem essa taquicardia. Por enquanto estamos tentando encontrar repostas pra tudo isso, até pq não ha muito o que fazer sem uma avaliação médica. Sempre digo pra ela não se desesperar, tentar fazer um trabalho de transpiração e respiração nesses momentos e tirar o foco dos pensamentos pessimistas e se tranquilizar. Por enquanto é o que da pra fazer, tentar procurar métodos para se tranquilizar até sabermos do que realmente se trata, e como proceder.

    O que posso dizer com relação à faculdade é que sim, vc fará novas amizades, não muitas, mas fará, pois no decorrer do tempo, sempre se formam grupinhos e agente acaba interagindo mais com aqueles que fazem parte do nosso grupinho, isso será inevitável, e os trabalhos feitos em grupo serão muitos o que ajuda ainda mais firmamos laços de amizades. Sim seu tempo vai diminuir, pois terá que se dedicar a novas tarefas, mas sempre da pra conciliar com o trabalho. Cara, acho que a faculdade é um divisor de águas na nossa vida, pois é quase impossível sairmos da faculdade com a mesma mentalidade que entramos, posso te afirmar que algo muda em nós, digo na nossa mente, na nossa cabeça, na forma de vermos as coisas sabe.


    Abraços, depois leio os outros post e comento

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  2. Olá Dudu, sei que pode parecer ruim, ainda mais vindo de mim que sou meio hipocondríaca, mas os sintomas que você disse estar sentindo pode ser síndrome do pânico. Como você passou por momentos de estresse pode ser desencadeado por isso. Procure um médico.
    Claro que vai ocupar seu tempo indo a faculdade, claro que tempo livre logo será um sonho distante, lógico que você vai se estressar e ter momentos que sair correndo de sala de aula e nunca mais voltar vai ser uma tentação muito grande, mas... claro que tem o lado bom de tudo isso, você vai fazer novos amigos, e os trabalhos serão desafios que vão que instigar a se esforçar para realizar e durante o processo você vai aprender tantas coisas novas... a o admirável mundo do conhecimento, é maravilhoso, veja isso como uma oportunidade.
    Estou torcendo por você para que consiga uma vaga. :)

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    1. Pois é, não adianta correr de algumas fazes de nossas vidas. É necessário um enfrentamento.

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