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Sobre leite derramado, um início de semestre melhor e o poder motivador dos sentimentos ruins.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Gozado, tanta coisa nova acontecendo na minha vida, tantas novidades pra contar e eu não estou mais com a mínima vontade de fazer isso. De repente, compartilhar as coisas que me acontecem já não me parece tão mais relevante e eu estou tentando buscar uma explicação para o por que disso, já que até pouco tempo atrás eu dizia aqui o quanto era importante pra mim expor alguns pontos de minha vida. Conversei sobre isso com um amigo e ele me disse que estou me sentindo assim porque agora eu parei apenas de desejar algumas coisas e decidi correr atrás delas, as estou vivendo na vida real, não apenas divagando sobre elas e uma vez que isso está acontecendo, não sinto mais necessidade de falar sobre o assunto. Dizer o que, afinal de contas? Que mesmo com meu relacionamento virtual já terminado há mais de um ano, ainda sofro por isso? Que por causa disso eu surtei ao ponto de cogitar viajar vários quilômetros só pra cometer um homicídio? Tudo irrelevante e redundante. Não fui o primeiro e nem serei o ultimo a passar por isso e ter esses desejos. E embora os sentimentos e sofrimentos de cada ser humano sejam únicos no mundo, não deixam ao mesmo tempo de ser uma mesmice sem tamanho. Então, pra que reclamar, pra que ficar chorando sobre o leite derramado se absolutamente ninguém esta ligando e mais, absolutamente nada da situação vai mudar? Prova disso é que ninguém mais deixa comentários aqui no blog, pelo fato de eu sempre estar me repetindo em todas as minhas postagens, reclamando sempre pelos mesmos motivos. Isso cansa bastante as pessoas e agora finalmente (já não era sem tempo) começou a me cansar também. Estou sentindo a inutilidade do desabafo. 


Nada fiz de muito diferente nessas ferias de julho. Fiquei a maior parte do tempo em casa, navegando inutilmente pela rede mundial de computadores, fui caminhar no centro da cidade quase todas as manhãs, coisas básicas que sempre faço em todas as minhas férias. O que fiz de mais diferente foi decidir dar um basta em algumas coisas, superar alguns medos e inseguranças e tomar decisões que já deveria ter tomado há tempos, nenhuma delas que tenha mudado a minha vida radicalmente, embora na minha ingenuidade e inexperiência, achei que isso fosse acontecer. Há quem diga que fazer isso foi um passo muito grande. Eu, como disse, tenho o hábito de não me empolgar muito com as coisas. Movido pelo ódio, revolta, ciúme e sentimento de abandono, ou seja, um apanhado de sentimentos negativos, decidi correr atrás do prejuízo e buscar o que eu estava há tanto querendo: sexo. Foi legal, foi bacana, gostoso e divertido, mas o caso é que, ter buscado isso movido pelos motivos que citei não me ajudou muito, já que, motivado pelo meu complexo de inferioridade, tudo o que eu busquei foi tentar me igualar a outra pessoa e isso fez com que tudo perdesse metade da graça. Logicamente que, constatando isso, tratei de rever alguns dos meus conceitos, mais ou menos aquela história de “se você está no inferno, abrace o capeta”. Já que eu decidi depois de tanto protelar, ir atrás de uma coisa que particularmente para mim era tão importante, que eu faça isso por mim, não pelos outros. Mesmo porque eu só conseguiria atingir quem eu queria (as vezes ainda quero), se a pessoa ainda tivesse algum interesse a mais por mim que não fosse a amizade. No final das contas acabei sendo obrigado a concordar com o que alguns dizem: o sexo é muito supervalorizado. Você acha que é algo que vai mudar sua perspectiva das coisas, sua visão do mundo e das pessoas, que vai mudar pra sempre a sua vida, te transformar em outra pessoa, mas no final descobre que sexo nada mais é do que... sexo. E que na manhã seguinte você vai acordar, vai ter que ir trabalhar, estudar, vai ter contas a pagar e problemas pequenos e grandes pra resolver. Não me transformei em outra pessoa, mas o fato de, mesmo que inicialmente por mágoa, ter tomado a decisão de buscar a satisfação que eu queria há tanto tempo me fez bem. Me fez ver que algumas coisas são mais simples do que parecem. Se estou feliz? Não. Mas estou satisfeito comigo mesmo. Realmente me cansei de ficar apenas sonhando em como seriam algumas coisas.


Por motivos óbvios, voltei aos estudos dessa vez decido a não mais deixar os problemas pessoais me atrapalharem. Logo na segunda semana de aula o professor já veio falar comigo sobre como as férias parecem ter me feito bem, pois ele nos passou um trabalho, o desenho de observação de alguns lápis de cor e, antes do intervalo eu já estava com metade do trabalho pronto.
Além de elogiar minha velocidade ele ainda disse que o desenho está "saltando do papel" e chamou a sala pra dar uma olhada (o que me deixou com vergonha). Então, por mais que me doa e ainda incomode um pouco tentar ignorar algumas coisas que me aconteceram, pois sempre tenho aquela sensação chata de que o assunto ainda não acabou, todas essas coisas que tenho passado e as novas experiências que tive nas férias, os novos amigos que fiz, estão me fazendo ver o quando você se focar em si mesmo faz sua vida andar e as coisas acontecerem.
As coisas pelas quais passei e as decisões que tomei nesse último mês, sei que não vão mudar minha vida, mas pelo menos serviram pra elevar minha autoestima. Continuo magoado com o rapaz, continuo sentindo imensamente a falta dele a ponto de fazer algo que jurei a mim mesmo que não faria, não sei quando ou se essa mágoa vai passar, mas pelo menos agora tenho mais coisas pra pensar, pessoas interessantes, maduras e vividas com quem conversar e novas perspectivas sobre algumas coisas que antes pareciam tão impossíveis.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



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