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Um presente mais do que bem-vindo, possíveis novos destinos e universos estudantis paralelos.

domingo, 30 de março de 2014

Assim como eu previa, atualmente não estou conseguindo ler mais nada que não sejam os xerox e as apostilas da universidade. Eu, que tanto me empolguei no final do ano passado e inicio de 2014, comprando dois livros seguidos e devorando-os, hoje mal tenho ânimo para conseguir estudar para as provas bimestrais. Depois de ler A Trégua e O verão das bonecas mortas, empolgado, comecei com A batalha do apocalipse, livro o qual já havia começado a há uns dois anos atrás, dessa vez consegui ler bem mais, mas com o reinicio das aulas e a demanda cada vez mais crescente de trabalhos universitários, fui obrigado a abandonar novamente a leitura. Todavia, ganhei recentemente de uma amiga muito querida, que se mudou pra nova casa e quis se desfazer de alguns livros, a Graphic Novel Coraline, de Neil Gaiman, escritor e roteirista, sobre o qual tenho comentado muito aqui e do qual sou um fã recente. Fiquei pasmo, na verdade, por ela estar doando um livro tão bom e praticamente novo, afinal, cara, é o Neil Gaiman! Como assim, vai dar um livro desses de mãos beijadas? Lógico que aceitei de imediato, pois amei o filme do Tim Burton, Coraline e o mundo secreto, muito bizarro e assustador, então pensei: "Se o filme foi assim, imagine a HQ". Só tenho a agradecer pelo maravilhoso presente e dizer que é uma obra que vou tentar conservar comigo enquanto o meu corpo físico existir nesse plano material. Pra variar, ainda não comecei a le-lo, pois estou em semana de provas na universidade, mas estou louco para concluir todas as avaliações e mergulhar nesse mundinho sombrio e assustador da jovem Coraline.


Dias atrás me peguei refletindo sobre, depois de me formar, ir embora aqui da cidade de Bauru, pois infelizmente o mercado de trabalho aqui, pra área que escolhi é bem fraco e paga pouco. Sei lá, talvez tentar a vida em São Paulo ou Minas Gerais. Mas o caso é que estou escrevendo sobre isso porque, enquanto divagava sobre o assunto, percebi o quanto cogitar essa possibilidade, hoje, pra mim, já não me causa mais um medo terrível do desconhecido. Durante a minha infância e adolescência, só de pensar em algum dia deixar a cidade onde eu nasci me deixava em pânico, preferia morrer a deixar Bauru, ir pra um lugar totalmente estranho, desconhecido, cheio de desconhecidos com os quais jamais me enturmaria, enfim, eu encarava deixar Bauru, como o fim de minha vida. De repente, depois de tantas coisas pelas quais passei, algumas boas, outras ruins, tantas decepções, depois de ver que no final das contas é cada um por si nessa vida, perdi o medo de me arriscar em território desconhecido, na verdade, hoje sinto o contrário, sinto de fato uma empolgação em me imaginar numa vida diferente, vivendo em outro lugar e passando por coisas novas e inusitadas. Pensando bem, acho que é até natural, pois quando se é criança, prezamos pelo conforto e pela segurança de estarmos em nosso mundinho, sempre ao lado de nossos pais e pessoas nas quais confiamos, que possam nos proteger, depois crescemos e acabamos por perceber que, querendo ou não, as pessoas não vão permanecer conosco pra sempre, não vão nos apoiar e proteger pra sempre, cedo ou tarde vai ser apenas você contra o mundo. Então, quando você se dá conta disso, só é possível ter duas reações: ou você se desespera e foge da realidade, insistindo em tentar manter as coisas como estão, ao seu redor, ou você usa isso como algo que possa te impulsionar a ser mais, conseguir mais. Eu espero que, quando e se chegar a hora de eu bater minhas asas pra longe da cidade, que eu consiga partir pra essa fase da forma mais otimista e confiante possível.


Apesar de estar correndo como um louco com os trabalhos da universidade, alguns deles, por sinal, valendo nota de avaliação, não estou de fato conseguindo dar conta de nenhum inteiramente. A cada dia mais me convenço de que professores vivem em um mundo à parte, um universo paralelo onde todo mundo tem tempo pra fazer tudo, mas a realidade, ao menos a minha realidade está longe disso. Tenho feito tudo de forma muito mal acabada ou pela metade, pois com o tempo que disponho, preciso escolher o que preciso fazer e acabo sendo obrigado a deixar algumas coisas de lado. De início isso era algo que me tirava do sério, me deixava tenso, ansioso, com muito medo de ficar sem minhas notas, ser reprovado, mas agora, não que eu não esteja mais ligando, mas simplesmente decidi não ficar tão neurótico com isso. Não sou um vagabundo irresponsável, faço o que é possível no tempo que tenho disponível, fora isso, preciso descansar, preciso esfriar a cabeça, desestressar.
O cartaz acima fiz para a aula de representação tridimensional, um produto baseado nos sólidos de platão. Muito bonitinho, adorei ter feito, mas é lógico que não foi só isso que a professora pediu, vou ter de montar ele todo em papel pra apresentar na quarta-feira que vem, mas, cadê o tempo pra isso? Bom, até agora aos trancos e barrancos tenho conseguido salvar minhas notas de uma forma ou outra. Espero não ser dessa vez que eu vá deixar a p-t-k cair.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Nascido e ainda morando na cidade de Bauru, interior do Estado de São Paulo, sou estudante de Design e trabalho como designer e web designer, áreas pelas quais tenho muito interesse. Amo cinema, quadrinhos e boa música.



1 Divagações

  1. Opa! Tim Burton, Coraline e o mundo secreto, essa eu não conhecia. Gosto muito do trabalho do Tim Burton, mas confesso que não conheço toda sua obra, e essa é uma delas, vou procurar por esse filme. É, pelo que venho lendo até aqui, acho que fiquei bastante tempo longe do Divagações, me veio a mente agora uma frase que eu acho que define bem esse momento ao qual você vive Edu. "A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original". Você aceito o desafio Edu, enfrento seus medos, e se lançou, vc se abriu a novas ideias e pespectivas, é natural que mudanças aconteçam com vc, principalmente em relação a forma em que se encara a vida. Parabéns meu querido torço por vc sempre.

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