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Uma vida fora da universidade, dando um tempo na cerveja, aparatos bucais e um bocado de outras coisas obscenas.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Já estou na metade do terceiro semestre do curso de Design e arrisco dizer que esse está sendo o mais puxado até o momento. Tudo bem, eu sei que não é fácil pra ninguém conseguir levar um curso superior 100% numa boa, ainda mais quando você trabalha o dia todo e só tem os finais de semana para fazer os trabalhos e estudar, mas as vezes parece que os professores não tem a menor noção de que, fora da universidade você tem uma vida pessoal da qual precisa cuidar. E não estou falando de ir ao cinema, passear ou descansar, falo das coisas que você precisa resolver, pequenos problemas da casa, contas à pagar, correr atrás de coisas pra sua mãe, enfim, se você não é um desses filhinhos da mamãe riquinhos, que só vão à faculdade porque papai e mamãe mandaram, problemas extra-estudantis não lhe faltam, só resta, como eu disse, os professores se darem conta disso, o que, obviamente, nunca vai acontecer, então ou você aguenta ou você aguenta, meu filho.

Falando em aguentar, já estou há uma semana sem poder colocar uma gota de álcool na boca e continuo contando. Fui ao médico me consultar a respeito de uma alergia que anda machucando a minha pele e estou sendo obrigado a tomar antibióticos por 15 dias ininterruptos em horários regrados, e é sabido que, quando se está tomando esse tipo de medicação não se pode sorver nenhum tipo de bebida alcoólica. Não que eu seja algum alcoólatra, longe de mim, mas amo tomar uma cervejinha nos finais de semana, no sábado a noite ou domingo a tarde, me relaxa do estresse da semana corrida, mas no momento, me curar dessa alergia é prioridade e eu estou na base do refrigerante e suco de fruta, mais suco na verdade, já que graças aos céus, consigo passar muito bem sem refrigerante. Gosto, não vou mentir, mas é algo que me enjoa. 

Confesso que nos últimos dias tive vontade de ligar o foda-se e tomar nem que seja uma latinha, mas aí fico pensando o quanto me sentiria culpado depois, já que estou tomando os remédios todos certinhos, no horário, sem esquecer um dia sequer, coloquei lembrete no celular e tudo. Falta pouco, mais meia cartela, acho, então agora é perseverar e continuar o tratamento. Não que esteja surtindo algum efeito, sincera e infelizmente, mas ordens médicas são ordens médicas e não em custa segui-las. Todavia, quem for realmente meu amigo e estiver lendo isso, por favor, eu tô implorando, me paga umas duas rodadas, depois.


Finalmente depois de sei lá quantos mil meses (já perdi a conta, na verdade), retirei do interior de minha boca o aparelho ortodôntico fixo que foi colocado com o intuito de endireitar meus dentes que, há alguns anos atrás eram completamente tortos e feios, me impedindo de sorrir como um ser humano normal. Achei que depois que removesse o aparato bucal, finalmente estaria livre para mastigar, falar, morder, beijar e fazer um bocado de outras coisas obscenas com a minha boca sem a incômoda sensação daquele monte de trequinhos colados nos dentes, mas para minha surpresa, fui informado e já me encontro usando um aparelho móvel (que não é um celular, como alguns podem pensar), daqueles que você encaixa no céu da sua boca bucal. Estou me dando bem com ele, mas um pouco frustrado, chateado, pois serei obrigado a usar tal coisa no mínimo por mais uns dois anos. Durante o primeiro ano, terei que ficar com ele na boca em tempo integral, já no segundo ano, poderei usar somente enquanto estiver adormecido em meu leito, esteja eu sozinho ou acompanhado.
Confesso que de início, saber que vou ter que continuar usando um aparelho, mesmo que móvel e menos incômodo, por mais dois anos, me irritou demais, não apenas pelo desconforto, mas é que eu realmente não estava mais afim de investir meu dinheiro nisso, mas agora já estou mais conformado e entendo a necessidade de ter de ficar com ele. De acordo com a doutora, caso eu não use, meus dentes podem voltar ao que eram e em consequencia disso ninguém mais vai me querer como companhia ou amante, então é melhor aguentar mais um pouco e garantir resultados duradouros.

Eu me julgo uma pessoa sem muita bondade no coração, tomei e ainda tomo atitudes com as outras pessoas das quais me arrependo depois (ou não), mas as vezes presencio casos de gente tão mais fria, cruel, sem sentimento do que eu, que minhas "maldades" e "vinganças", que já são idiotas sem esforço, ficam parecendo brincadeira de criança. Pessoas que vão à igreja, frequentam todas as missas da semana, comungam, se abraçam, oram juntas, para depois usar de arrogância, soberba e prepotência para humilhar e atacar os mais fracos, ou melhor, os que consideram mais fracos. O pior de tudo e o mais revoltante é que essas pessoas não enxergam que são assim. Acredito ter sensibilidade suficiente para perceber que não deixo de ser um pouco assim também, em muitos casos não me enxergo, sou uma pessoa, como disse à dois amigos recentemente, pequena e medíocre, entretanto aprendi recentemente nas aulas da universidade que ser medíocre não significa necessariamente ser ruim, mas sim estar abaixo da média, fazer algo ou ser alguém que, se quisesse, poderia ser melhor. Eu poderia ser uma pessoa melhor se quisesse, sei disso, mas ao mesmo tempo em que reconheço isso, fico espantado em ver o quanto existem pessoas no mundo que parecem se esforçar a cada dia para serem ainda piores, humilhando, pisando, criticando, se achando muito mais sábias e superiores do que a maioria, quando em verdade são tão ou mais medíocres do que eu. Não que sirva de consolo ou como uma desculpa para que eu cometa os erros que cometo, mas quando conheço pessoas assim, vejo que na verdade eu estou até que bem na média. 

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Nascido e ainda morando na cidade de Bauru, interior do Estado de São Paulo, sou estudante de Design e trabalho como designer e web designer, áreas pelas quais tenho muito interesse. Amo cinema, quadrinhos e boa música.



1 Divagações

  1. É Edu, tudo tem seu preço, mas o sacrifício, faz o sucesso ser mais prazeroso, aguente firme amigo. Benditos antibióticos em Edu ( risos ), não que eu ache a ideia de vc tomar antibióticos boa, mas sim a ideia de te impedir de beber. Eu não bebo, pelo menos não bebidas alcolicas, não fumo e nem tenho nenhum tipo de vicio, pelo menos não os que fazem mal a saúde, e sei o bem que isso faz a minha saúde e pode fazer a sua também ( mas não estou aqui para fazer o sermão da montanha, cada um sabe de sua própria vida). Com relação aos aparelhos, vc é um herói, pq até hoje eu to querendo colocar mas ainda não encontrei animo pra isso ( e a propósito, seus dentes estão show de bola), vale e valeu apena passar por todo esse sofrimento. Cara eu acho que não existem santos nessa terra, todos nós temos nossas parcelas de maldade, então desde que vc não mate, nem destrua a vida de ninguém, uma vingancinha aqui ou ali, faz parte da nossa natureza. Todos somos maus, a diferença esta no nível da maldade existente em cada um. Eu não me culpo, só procuro administrar esse lado negro da força que existe em cada um de nós. Abraços Edu

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