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Uma cinzenta quarta-feira de cinzas, o ócio revoltante e ver as pessoas sob uma nova ótica.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Quarta-feira de cinzas e amanheceu chovendo, uma ótima oportunidade para estrear minha capa de chuva, já que paguei caro por ela, depois de, numa noite dessas que passou, ter voltado a pé, da universidade até em casa, pra lá das 22h15, sem proteção nenhuma, enfrentando o maior dilúvio dos últimos meses. Em tempos de tecnologia, lógico que fiquei mais preocupado com o celular que estava no meu bolso do que com meu bem estar físico, mas o fato de ter chegado em casa quase meia-noite, encharcado da cabeça aos pés, congelando e maldizendo a Deus, me fez tomar a decisão de, apesar da cafonice, andar por aí coberto com uma capa de chuva, nos dias de tempestade. Não é o caso dessa quarta-feira, pelo menos não no momento, enquanto escrevo, mas o clima é imprevisível, então, como dizem, "o seguro morreu de velho". Detalhe engraçado: antigamente quando eu ouvia esse ditado, eu pensava que o "seguro" na frase, se referia à seguro de vida ou algo assim, aí um dia você acorda com 37 anos e percebe que seguro, se refere a uma pessoa segura. Coisas de Eduardo.


Depois de quatro dias de ócio, devido ao carnaval, finalmente vou voltar ao trabalho. Diferente da grande maioria, estou contente, pois, tirando segunda-feira, quando saí com meu amigo Adriano pra passear um pouco (o que tornou meu dia muito bom), nos outros três que sobraram (sábado, domingo e terça) quase morri de depressão e tédio. Infelizmente não sou dessas pessoas que se bastam, que são felizes e tranquilas, mesmo sem ninguém por perto, eu tenho necessidade de pessoas, de companhia, de interação, e atualmente não ando tendo nada disso, metade por minha culpa, já que me considero uma pessoa bastante difícil de se lidar (não sei a opinião dos outros sobre isso, mas creio ser a mesma), e metade por culpa das pessoas, que realmente, por mais amigas e preocupadas que se digam, de fato não estão ligando muito se você está bem ou não, desde que elas estejam. O interessante é que, quando você tenta pagar com a mesma moeda, é taxado de antissocial, rancoroso e estressado. Das coisas que acho, jamais vão mudar em mim, achar a maioria das pessoas hipócritas é uma delas. E embora isso pareça ficar claro no meu discurso, não generalizo, não acho que toda a humanidade, sem exceção seja assim, não chego a tanto, mas arrisco em dizer que a grande maioria o seja.


Pra não dizer que nada fiz de realmente útil nesses quatro dias em casa, estudei história do Design. A matéria é basicamente teórica e eu sempre me dou mal em disciplinas assim, pois como muitos, nunca fui um bom aluno e simplesmente odeio estudar, mas o professor é um grande amigo meu, a matéria, não nego, é muito interessante e não dói tanto saber um pouco mais a respeito, mesmo que para isso eu tenha que ler mais de 40 páginas de um livro gigante, do qual, até agora, só li umas 15. Por sorte a prova não é tão já, ainda tenho algumas semanas e se me dedicar de fato, conseguirei terminar de ler todas as páginas que o professor pediu e ainda relê-las, caso tenha disposição. O problema mesmo vai ser ter essa disposição, pois no quesito ânimo ando bem mal das pernas, seja para o que for. Estou tentando manter na mente alguns projetos ainda pra esse ano: desenhar uma história em quadrinhos curta, procurar desde já o meu professor de história do Design pra começar a tratar do meu TCC, que vai ser só no ano que vem, mas acho válido já ir me informando sobre, talvez participar mais ativamente dos eventos da universidade e quem sabe, fazer algum trabalho voluntário, acho que me faria bem, mas ainda estou amadurecendo todas essas idéias, gostaria de colocar pelo menos uma delas em prática, mas confesso, estou bem desmotivado para tudo. Estou um pouco naquela vibe de não desistir de nada, mas ao mesmo tempo, também não lutar por nada. No fundo eu só queria conseguir distrair minha cabeça seja lá com o que for, pra conseguir esquecer algumas pessoas, embora de fato o problema não seja elas, sou eu e a forma como as vejo.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Nascido e ainda morando na cidade de Bauru, interior do Estado de São Paulo, sou estudante de Design e trabalho como designer e web designer, áreas pelas quais tenho muito interesse. Amo cinema, quadrinhos e boa música.



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