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Sobre mudanças, de uma forma geral, férias frustradas com meias molhadas.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Depois de muita enrolação por parte de Caixa Econômica o apartamento de minha mãe finalmente foi liberado. Por pouco ela não perdeu o direito à ele, já que nossas rendas juntas, sua aposentadoria, mais o meu salário, ultrapassavam o limite estipulado para a entrega do imóvel. Por sorte foi feito um estudo de caso e no final ela acabou ganhando a morada, mas até isso acontecer foi um período bastante tenso para todos nós. Ela com medo de perder o que ganhou e nós, minha tia e eu, com medo da reação que ela teria caso isso viesse a acontecer. Por sorte as coisas se resolveram. A mudança está agendada para o final desse mês, dia 31 pra ser mais exato, pois uma vez com a chave em mãos o ganhador é obrigado a se mudar o mais rápido possível para o apartamento. Desde já a coitada tem perdido o sono, dormido mal, pensando em como vai ser sua nova rotina, sua nova vida sozinha naquele lugar. E embora eu esteja dormindo bem, apesar da profunda solidão, estou, lógico, preocupado com a preocupação dela. Ao mesmo tempo em que estou feliz por tudo ter dado certo, estou temeroso quanto ao que o futuro reserva para nós três, minha mãe, minha tia e eu. Contudo, apesar de todo esse temor, estou animado em descobrir. Gostando ou não, tudo muda em nossa vida de tempos em tempos, pra melhor e pra pior, não se pode evitar essas mudanças e nem saber de antemão se elas serão benéficas ou não, só podemos lidar com elas da melhor forma que conseguirmos e fazer isso vai ser um desafio pra mim. Embora não me dê muito bem com a minha mãe por uma série de motivos, sobre os quais já escrevi aqui no blog, com certeza vou ficar assustado e talvez até chorar no começo, por conta dessa virada tão radical, depois de quase 40 anos.

No próximo final de semana, minha tia, minha mãe e talvez eu também, iremos faxinar a casa, afinal o condomínio fica perto da estrada, perto do campo e pelas fotos que o meu amigo Adriano me mostrou, tudo está bem imundo por lá, já que o apartamento permaneceu vazio até o momento. Grilos e aranhas mortos é o que mais tem lá. Por sorte estão mortos. Já compramos os produtos de limpeza necessários e eu acredito que irei ajudar as duas, já que até agora ainda não vi o imóvel pessoalmente. Pelo menos no começo disso tudo, tanto ela quanto nós, minha tia e eu, vamos passar por alguns apertos financeiros, já que precisaremos ajudar bastante a minha mãe, com o supermercado e uma ou outra coisa pra casa, que ela possa precisar, mas como eu já disse, não podemos fugir de algumas coisas, apenas lidar com elas e eu já estou conformado em ser obrigado a me sacrificar um pouco mais. Com o tempo, esperamos, as coisas vão melhorar para nós três, isso se minha mãe aprender a se controlar melhor financeiramente e parar de gastar tanto quanto ela gasta, sem ter condições pra isso. E mesmo eu tendo um lado egoísta bastante forte e já imaginar desde já como vou decorar o apartamento se algum dia ele passar pra mim, vai ser divertido, na medida do meu possível, comprar algumas coisinhas pra ela pra poder deixar o apartamento bem bonitinho. Estou empolgado, ansioso e temeroso, mas se eu for parar pra analisar, a empolgação e a ansiedade positiva são mais fortes. 


Minhas férias do trabalho terminaram no último dia 16 de julho e eu lhes digo que voltei a trabalhar completamente puto da vida. Acredito em "Deus" ou seja lá o que for, à meu modo, só não simpatizo muito com seus métodos algumas vezes, ou sorte ou destino, o que quer que isso seja.
Enquanto estive "descansando" choveu o tempo todo, assim que entrei de férias, assim que voltei pra casa começou a chover e não parou mais, além de fazer um frio glacial. Eu que tinha planos de fazer longas caminhadas aproveitando o sol matinal, ir ao zoológico, ao Jardim Botânico, só pude ficar preso em casa por quase quinze dias, cobrindo goteiras, secando móveis e usando meias úmidas o tempo todo. Já reclamo de tudo naturalmente, imaginem então durante esses dias. Passei a maior parte do tempo estressado, com dores no corpo e uma vontade psicótica de matar todas as pessoas felizes da Terra com requintes de crueldade, bem ao estilo do Jack, o estripador
Óbvio que, faltando quatro dias pra eu ter que voltar ao trabalho o tempo limpou, saiu um belo de um sol, mas aí já era tarde. As vezes fica difícil de acreditar que minha vida não é uma grande pegadinha do Silvio Santos ou algo parecido, fico até olhando nos cantos da casa pra ver se não tem nenhuma câmera escondida. Logicamente que saí algumas vezes, fui ao centro da cidade pagar contas, passar frio e me molhar. Ou fazia isso ou ficava preso em casa de manhã até a noite. Até poderia dizer que estou ansioso pelos próximos 15 dias de férias, em dezembro, mas não duvido que serão muito diferentes desses em julho: chatos, solitários, irritantes, solitários e enfadonhos.

EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



12 Divagações

  1. Olá Eduardo, que bom que finalmente saiu o apê da sua mãe! No começo vai ser estranha a mudança, mas com o tempo vc se acostuma. Imagino que esteja feliz e triste ao mesmo tempo. É o meu sonho poder ter meu cantinho, arrumado do meu jeito, poder levar quem eu quiser...Mas claro, só se eu tiver condições (leia-se dinheiro) de me sustentar sozinho.
    Me dá uma certa inveja e ódio de ver como tem pessoas que se saem bem em tudo, são realizadas e felizes. Fica sempre a pergunta matutando na minha cabeça: o que será que eles fizeram para estar tão de bem com a vida? Ou como eles conseguem ser felizes a maior parte do tempo? Às vezes eu também acho que alguém ou o próprio Deus está brincando com a minha vida, testando minha paciência. É cada coisa que me acontece! Eu preciso quase sempre pensar o contrário daquilo que eu quero para que a coisa possa acontecer de fato.
    Boa sorte nessa nova etapa da sua vida. Abraços. Maxim.

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    1. Também uso essa técnica da "psicologia reversa". Pode parecer cretino, mas eu prefiro esperar sempre o pior, assim, se as coisas não derem certo, eu não fico tão chateado, mas se as coisas derem certo, aí fico contente.
      Pelo que estou vendo, somos bastante parecidos, concordamos em muitas coisas. Uma pena não termos conversado mais antes, pois pelo visto temos muitos assuntos em comum. Mais uma vez peço desculpas por tê-lo excluído de minhas redes sociais, não foi por nada pessoal mesmo. É como eu já expliquei: a pessoa não puxa assunto, então eu deduzo que ela não tem interesse em conversar, aí com o tempo acabo tirando ela, mas tenho gostado muito dos seus comentários aqui e sempre que precisar desabafar sobre qualquer coisa, pode contar com minha simpatia. :)

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    2. Sem problemas vc ter me excluído do FB. É que eu sou meio passivo nessa coisa de conversa: se a pessoa não puxa assunto e conversa, eu também não puxo e ainda deduzo que ela não quer falar comigo. Aí fica um sem saber se o outro quer conversa, e foi-se uma possível amizade.
      Nunca tinha ouvido desse termo "Psicologia reversa", estava usando sem saber o que era hahahaha. É melhor mesmo a gente não ter muita expectativa das coisas pra não ficar frustrado depois; é melhor deixar rolar.
      É uma pena mesmo não termos conversado antes, temos muita coisa em comum! É que eu estava tão envolvido e querendo dar atenção ao meu ex que deixei de lado outras pessoas. Se vc permitir, eu posso te adicionar no FB (é outra conta, meu "alterego"). Não costumo usar muito ela, mas pode ser um bom meio de nos comunicarmos de alguma forma. Obrigado por ter gostado dos meus comentários. Ainda bem que não sou o único "estranho" desse planeta kkkkk. E pode contar com minha simpatia também ;)

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    3. Realmente passamos por muitas dificuldades parecidas. Não sei a quanto tempo você acompanha o blog, mas já deve ter lido sobre meus problemas de relacionamento. O fato de eu nunca ter namorado “de verdade” na vida e só ter tido um namorado virtual, da Bahia, do qual gostei muito. Estive focado nele por um bom tempo e sinceramente pensar nele ainda me dói, mesmo nunca o tendo visto pessoalmente, tenho inveja e ciúme dele. Por causa da minha carência, tenho um problema grave de gostar demais das pessoas, me grudar nelas e ficar obcecado, paranóico. Sempre acontece. Aos poucos estou melhorando, mas ainda fico muito abatido com muitas coisas.

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    4. Parece que li a respeito do seu relacionamento uma vez e faz uns 4 meses que eu acompanho teu blog. Coincidentemente, meu único namorado também foi virtual e ele tem (tinha) muito ciúmes de mim e um pouco de inveja (acho). Só que é ele que sofre mais qdo pensa em mim. Me dói um pouco também pensar nele, mas aprendi a não sentir tanto e nem a ficar obcecado. Não gosto de me entregar totalmente pra pessoa de corpo e alma, por mais que eu a ame. E eu acho que ele queria que eu fizesse isso...
      Enfim, se por um acaso um lobinho te mandar convite no Fb, esse sou eu ^^ Abração.

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    5. Fique a vontade para me mandar um convite se quiser. E fique a vontade para conversar também. Acho que você já deve ter percebido nessa altura do campeonato que eu gosto de receber atenção. Tenho estado contente com seus comentários aqui. E não estou dizendo isso por você estar concordando comigo ou algo parecido, mas sim simplesmente por estar mostrando interesse em conversar. Acho bacana.
      Quanto ao meu "namorado", não tiro a razão dele, afinal, ele é de Salvador e eu de Bauru, nunca poderíamos ficar juntos e ele é jovem, precisa seguir a vida dele, é que eu o amei muito, mesmo não sendo pessoalmente. Pela primeira vez na vida senti algo assim e agora que acabou, ficou um vazio que não tenho mais conseguido preencher. Mas enfim, a vida precisa andar pra frente. Mesmo sofrendo ou nos sentindo pra baixo, temos que continuar batalhando e vivendo.

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    6. Que bom, Eduardo. Fico feliz por estar fazendo outra pessoa feliz. Ainda bem que encontrei alguém pra conversar, alguém que me entenda e que compartilha dos mesmos questionamentos e angústias. Eu gosto de receber atenção também, acho que é por isso que os outros acabam se afastando de mim, por não darem o que eu quero.
      E é isso mesmo, a vida precisa andar senão ficamos parados no tempo, sofrendo, enquanto os outros continuam suas vidas felizes rindo da nossa cara.

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    7. Acho que esse negócio de querer atenção demais é uma faca de dois gumes. Por um lado, por cobrarmos demais os outros, eles se cansam e se afastam de nós. Eu os compreendo, mas que machuca, isso machuca. Por outro lado, quando não recebemos o tipo de atenção ou amor que queremos, acabamos meio que dispensando. Eu, por mais que saiba que estou errado, acabo agindo assim, pois ainda acho que o que eu espero de algumas pessoas não é muito, apenas afeto, carinho, atenção, mas quando não recebo o que espero do outro, me revolto, me sinto abandonado, colocado de lado, traído. É como se eu estivesse sendo obrigado a aceitar apenas metade de uma coisa e isso não me satisfaz. As vezes é só o que a pessoa consegue nos dar, mas infelizmente pra mim, não é o suficiente e se não é do jeito que eu queria, acabo não querendo nada, pois sofro mais, recebendo apenas um pouco do que gostaria.

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    8. A gente tem que tentar sempre achar o equilíbrio para todas as coisas. Venho trabalhando nisso a algum tempo e é difícil, mas a recompensa é ótima. Tento sempre me colocar no lugar do outro. Será que não estou sufocando essa pessoa? Me sinto um egoísta se começo a exigir que me deem atenção e o que eu quero o todo tempo. Já fui muito pior quando era mais novo.
      Eu sempre sonhei em um relacionamento onde eu pudesse me sentir livre, ter os meus momentos sozinho, não ficar o tempo todo grudado no parceiro, deixar ele ter o momento dele...E está difícil achar alguém assim, ou é 8 ou 80. Ou querem atenção demais ou querem dar atenção de menos.

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    9. Pois é. Eu meio que desisti sabe? Embora possa ser radical demais de minha parte, eu cansei, não sei se pra sempre ou por um período de tempo, mas atualmente eu perdi a vontade de me relacionar com as pessoas. Não tenho mais vontade de sair fazendo amizades por aí e nem fico mais pensando sobre se um dia vou achar alguém pra mim. Já sonhei muito com isso, daquele jeito bobo, acreditando nesse lance de amor eterno, verdadeiro, de romance. Mas o caso é que atualmente as pessoas tem me deixado cansado. Tentar lidar com elas é desgastante, pois é tudo muito decepcionante. Estou cansado de acreditar em coisas que acabam não acontecendo ou sempre acontecendo de forma diferente do que eu gostaria.
      Dizer que não gostaria de ter um alguém pra mim, que não gostaria de ter amigos mais presentes na minha vida é mentira, mas sinceramente, as vezes não tenho mais vontade de me esforçar para que nada disso aconteça.

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    10. Parece que qdo nos apaixonamos ficamos cegos, meio bobos. Eu também não tenho vontade nenhuma de me relacionar amorosamente com ninguém. Eu prefiro dar prioridade para amizades (o que já é difícil hj em dia) e depois com mais tempo e confiança, pode até rolar uns beijos, uns pegas, mas sem compromisso e sem iludir um ao outro. Essa história de amor eterno, verdadeiro, recíproco não passa de mera fantasia. E relacionamento à distância é terrível, somente os fortes sobrevivem. O jeito é não ficar esperando e gerando tantas expectativas; a dor acaba sendo menos intensa.

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    11. Concordo plenamente. No meu caso, as coisas acabaram se invertendo. No começo, ele se mostrou super apaixonado, super afim, mesmo nós dois estando tão distantes, rolava até altas crises de ciúme por parte dele em relação aos meus amigos. Eu estava na defensiva, pois no fundo no fundo já sabia que nunca iria dar certo, mas puxa, ninguém jamais havia se apaixonado por mim antes, então acabei decidindo me entregar a esse sentimento, experimentar como era. E foi tudo muito lindo, maravilhoso por um tempo. Minha mãe e tia conheceram ele (virtualmente) fizeram amizade e tudo ia bem, mas aí chega aquele dia pelo qual muitos passam: “Acho que devemos ‘terminar’, sempre vou amar você, mas preciso repensar minha vida”. Tudo bem, normal, natural, um direito de todos, mas machucou bastante. Hoje tenho medo de me entregar a esse sentimento novamente e sofrer mais uma vez. Odeio quando uma pessoa me abandona, seja um amigo ou um amor.

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