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Sobre toda a forma de amor, facas de dois gumes e aqueles que ficam.

sexta-feira, 15 de março de 2019




Aprendi com o passar dos anos que existem muitas formas de amor. Geralmente pensamos logo no amor ao próximo, família, amigos, um romance. Demorei muito tempo para me dar conta da importância do amor próprio e o quanto sem ele, talvez nenhum outro consiga chegar até você. E digo isso por experiências próprias, porque já tive de desistir de muitas pessoas que amei das mais diversas formas, mesmo querendo muito estar junto delas. E em todas as vezes mesmo que não tenha percebido de imediato, me dei conta tempos depois que o fiz pelo meu próprio bem-estar.

Embora ainda seja bem difícil para mim lidar com isso, creio que precisamos aprender a deixar que as pessoas se vão de nossa vida, tanto quanto devemos tentar conservar junto a nós aquelas que querem ficar. Devemos aprender a deixar o outro partir porque no final das contas, em 90% das vezes essa decisão não é nossa. É triste admitir essa verdade, mas o fato é que a maioria das pessoas que conhecemos vão simplesmente estar de passagem, nem todas vão permanecer. É difícil, mas a verdade é que somente devemos nos importar com aqueles que decidem ficar.

Já se afastaram de mim e me afastei de tantas pessoas que amei muito, e sim, sei que foi amor porque apesar de não estarem mais comigo, quando me lembro delas o mesmo sentimento ainda me toma. Mas no final, depois de muito relutar eu tive que acabar escolhendo a mim, prezar pelo meu bem-estar emocional, porque pior do que a ausência de alguém na sua vida é a falta de reciprocidade. Aquela sensação de "tão perto e ao mesmo tempo tão longe".

A verdade é que, enquanto fico remoendo possibilidades, pensando em como seriam as coisas hoje se essa ou aquela pessoa ainda estivesse ao meu lado, se perguntando se nesse momento ela está pensando em mim, sentindo minha falta, se lamentando por ter me deixado, minha vida está estagnada, enquanto a outra pessoa está seguindo em frente... Sem mim.

Sou extremamente emocional, principalmente em se tratando de solidão e saudade, sou muito, muito nostálgico. Chego a passar mal fisicamente nos meus piores momentos. Falta de ar, aperto no peito, é como se eu fosse partir ao meio. Principalmente quando, depois de muito chorar, ficar deprimido por dias, caio na realidade e me lembro de que por mais cruel que seja, ninguém espera de fato que você se recupere disso, que esqueça o passado e supere antigas memórias. Ninguém liga para o tempo que você está perdendo, esperando o melhor momento para superar suas dores. É você quem vai ter que superar essa dor sozinho, talvez com apoio sim, mas no final das contas quem dá os passos é você. É preciso entender que as vezes, as coisas e pessoas que deixamos para trás não são um fardo, mas uma benção.

Sim, eu poderia estar com aquela pessoa hoje, mas pode ser que eu mereça muito mais do que ela tinha a me oferecer, e isso vale pro outro também. No final das contas nos resta tentar guardar a saudade em algum canto mais escondido do coração e fazer o máximo para seguir sorrindo. Diferente dos outros sentimentos o amor é uma faca de dois gumes, tem um lado que machuca e às vezes machuca muito. E a verdade é que depois que você o experimenta, venha ele da forma que vier, ele muda você para sempre, positiva ou negativamente.







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