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Sobre chuvas incessantes, decisões tardias com consequências aceitáveis e tirar leite de pedra

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Mesmo tendo começado o ano de 2022 com um pouco de motivação para alguns assuntos, estou procurando manter meus pés no chão. Por minha própria culpa vivo me decepcionando por criar expectativas sobre situações e pessoas, principalmente sobre pessoas, então, depois de uma crise forte de solidão em dezembro de 2021, durante minhas férias, cheguei à conclusão de que o único culpado por sofrer por esses motivos sou eu mesmo, sempre esperando mais dos acontecimentos e pessoas do que eles têm a me oferecer. É aquela velha premissa de ter consciência de que a única coisa que você pode controlar, e mesmo assim às vezes nem tão bem, é a sua própria vida. Todo o resto, situações e pessoas, está fora de seu controle.

Há alguns dias tomei, de forma tardia, a decisão de transferir meu curso de Pós-Graduação para um que seja mais dentro do que gosto de fazer, algum que seja mais voltado à área de Design, criação. Durante todo o ano passado pensei sobre isso, pois não me identifiquei com Comunicação e Marketing Digital. Estou acompanhando as aulas com dificuldade e desinteresse e ainda tenho mais um ano inteiro pela frente, então decidi arriscar. Contudo, como já cursei mais da metade das disciplinas, não posso mais trocar de curso, vou ser obrigado a terminar o que comecei. Não considero um desperdício de tempo, pois aos trancos e barrancos, ao menos fico conhecendo um pouco melhor essa área, mas a verdade é que não é uma profissão que queira seguir. Não nego que fiquei desanimado com a negativa, mas vou seguir em frente e fazer um esforço para me dedicar um pouco mais, afinal ao que tudo indica, as aulas vão voltar presenciais e talvez isso ajude um pouco. Odeio EaD com todas as minhas forças.

Quanto às pessoas, continuo firme na minha decisão de procura-las menos e deixar que elas venham atrás de mim caso tenham interesse em minha amizade e companhia. Já sofro desde criança com um imenso complexo de inferioridade, sempre mendigando atenção, amor, amizade e afeto, me decepcionando sempre no final, então me cansei. Meus amigos e conhecidos sabem onde e como me encontrar, tanto fisicamente quanto através da tecnologia, então que o façam caso queiram. Contudo, se futuramente o meu interesse por eles diminuir ou até mesmo desaparecer em definitivo, que não me julguem, pois sou assim: vou perdendo aos poucos o interesse por quem também não se interessa por mim.

Embora eu saiba que todo o início de ano é assim, essas chuvas torrenciais que insistem em não querer passar já estão me dando nos nervos, nos meus e nos de muita gente, acredito. Ultimamente são raros os dias nos quais não chove e isso já virou um transtorno. Em casa tudo está o tempo todo úmido ou molhado, as paredes, o piso, os móveis, a sensação de desconforto, mesmo depois de um bom banho, é grande. A pilha de roupas sujas e molhadas só faz aumentar e mais dia, menos dia, não terei mais calças jeans e meias secas para poder trabalhar, já que, como não para mais de chover, minha tia não tem como lavar as roupas e estende-las no varal. A solução tem sido repetir a mesma roupa dois dias seguidos, caso contrário daqui a pouco vou ter de passar meus dias no estilo clássico Adão e Eva, somente com uma folha cobrindo minha grossa genitália e macias nádegas.

Fico com pena de minha mãe, que apesar de só saber reclamar do lugar onde moro, dizendo que ele vai desmoronar a qualquer instante em cima da cabeça da minha tia e da minha, uma vez ao mês vem dormir em casa para poder ir ao centro da cidade receber seu Benefício de Progressão Continuada e também, claro, para passar um tempo conosco, já que se sente extremamente solitária no apartamento. E como só temos um quarto e uma cama, que pertence à minha tia, assim como eu ela é obrigada a dormir no chão, num colchão, é claro. Mas com toda essa umidade causada pelas incessantes chuvas, seu desconforto que já é grandioso fica ainda maior. E até mesmo ficar fora de casa se torna complicado, pois tudo molha, então só nos resta ficar presos, dormindo no sofá, na cama, no chão ou vendo TV.

Tenho pensado em começar uma academia ou algum tipo de condicionamento físico que me ajude com minha lordose e dores corporais. Bem, na verdade tenho pensado nisso nos últimos cinco anos, mas protelado por motivos financeiros. Como boa parte do meu salário é gasto ajudando minha mãe e minha tia com suas despesas, é extremamente complicado para mim fazer as minhas próprias, além das que eu já tenho. Dividir um salário de pouco mais de R$ 1.300,00 em três pessoas é como tirar leite de pedra. E claro, me reservo o direito de ter alguns pequenos luxos, como internet e Netflix. Se eu não puder ter esse combo básico pra minha diversão, trabalhando feito um asno, ouvindo desaforos diariamente e me estressando quase que constantemente, então prefiro que Deus me leve logo. Portanto, referente à uma academia, não digo que está nos meus planos para 2022, seria muita pretensão, mas confesso estar com mais determinado com isso atualmente do que nos anos anteriores.

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