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Alianças, insônia, tolerância, um novo semestre letivo e um bom café pra ajudar a engolir tudo.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Semaninha indigesta, como muitas pelas quais já passei. Depois de mais uma das tentativas de suicídio de minha mãe, sobre a qual escrevi na ultima postagem, estamos sem nos falar há mais de duas semanas, por iniciativa minha, é claro, por tempo indefinido, pois cheguei ao meu limite de tolerância e não sei mais como reagir ou o que dizer sobre o comportamento dela, ouvir seus argumentos e desculpas também pouco me importa. Não preciso dizer que o clima em casa está o pior possível, pois três pessoas em uma casa de três cômodos, com duas delas sem se falar, gera muito mal estar. No domingo passado, minha tia veio conversar comigo, me perguntando sobre a possibilidade de eu perdoar minha mãe pela sétima, oitava vez, sei lá e lhe dar mais uma chance, uma ultima chance. O grande problema é que nós, minha tia e eu, já lhe demos essa ultima chance umas cinco vezes.
Minha preocupação maior com isso tudo é ela cair doente de cama, o que, com minha tia trabalhando vai ser complicado, pois assim como eu, minha mãe somatiza por completo suas emoções no plano físico. Basta brigarmos feio ou ficarmos sem nos falar por muito tempo, que ela já cai doente. Nesse ponto somos bem parecidos, ela e eu. No último final de semana tive uma crise forte de depressão e cheguei a ter um começo de gripe, depois de ver, no Instagram®, um ex casinho virtual meu, cobrando alianças de compromisso do novo namorado. Tive desde febre, até dores no corpo e de cabeça. Também passei uns três dias pensando em formas eficazes de matar os dois com requintes de crueldade, mas enfim.



Geralmente quem levanta cedo pra passar o café é minha mãe, de acordo com ela, porque não consegue ficar deitada depois que acorda, normal, mas agora, como estamos sem nos falar e eu estou sem vontade nenhuma de sequer olhar pra ela, tenho acordado mais cedo do que de costume e preparado o café eu mesmo. Como resultado, tenho ganhado preciosos minutos e deixei de chegar atrasado no trabalho, o que fazia por pura preguiça, já que minha mãe se levantava mais cedo pra fazer café. Estou gostando, primeiro, porque, particularmente gosto do meu café, segundo, porque como disse, saio mais cedo de casa e me atraso menos, entretanto as aulas da universidade foram retomadas justamente nessa semana em que decidi virar um rapaz pontual e “cafetão” (quem faz café), então, tenho acordado mais cedo, mas ido deitar mais tarde, quase 00h. Chego, tomo um banho, me masturbo, janto e vou deitar. Tenho evitado entrar na internet, porque preciso valorizar mais minhas horas de sono. E nessa semana, seis horas e meia por noite tem passado numa piscadela. Pra piorar, passei a dormir muito mal, depois do que minha mãe fez. Tenho acordado de duas a três vezes durante a noite e custado a dormir novamente, porque logo nos primeiros dias após sua recente tentativa de suicídio, ela ficava saindo da cama varias vezes durante a madrugada, completamente desorientada pelas drogas, me obrigando a levantar e ampará-la. Agora, por conta disso, meu cérebro ficou alerta, se um grilo canta no quintal, já acordo temeroso.


Falando em voltas as aulas, nesse semestre tive de optar por uma das chamadas “disciplinas eletivas”, que são matérias pertencentes à outros cursos e que você pode escolher, entre algumas opções disponíveis, para cursar. Dentre as disciplinas oferecidas à minha turma, eu particularmente acabei optando por Laboratório de Jornalismo Televisado I, matéria que me pareceu a “menos chata”, vamos colocar as coisas assim, já que disseram que Mídia é estatística pura, Redação é... bem... redação e tinha mais uma outra lá, algo com rádio, que nem me lembro. O que eu não me atentei na hora, é que acho que escolhi a disciplina na qual mais serei obrigado a me expor, inclusive diante das câmeras, mas, ultimamente anda todo mundo dizendo que tem orgulho de mim, que sou um guerreiro, coisa e tal, então acho que se eu tiver que fazer isso, consigo tirar de letra. Com certeza deve ser mais fácil do que ter de lidar com sua mãe suicida de 200kg.
Como em todo o início de semestre, prometi a eu mesmo levar esse mais a sério, o que é obvio, me conhecendo da forma que me conheço, não vai acontecer, mas bem ou mal, vou conseguir enfrentar tudo o que vier, sejam aulas, seja minha mãe, seja um antigo amor trocando alianças com outro, seja com minha saúde, que graças aos céus, por hora anda perfeitamente bem, obrigado.



EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



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