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Sobre esperanças utópicas, pequenas coisas da vida e ditados populares.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Existe um ditado que diz que “a ignorância é uma benção”. Até certa idade eu nunca entendi o que isso queria dizer, mas hoje, passando pelas coisas que passei, que sei que ainda vou passar e aprendendo o que aprendi, descobri o significado disso, pelo menos o significado para mim.
Sempre fui uma pessoa muito intuitiva, questionadora, de muita

sensibilidade. Não sensibilidade no quesito bondade, mas sim sensível às pequenas coisas da vida, aquele tipo de pessoa que fica reparando e pensando em coisas que a maioria das outras pessoas prefere não “perder o seu tempo” pensando. Isso sempre foi mais forte do que eu, da “minha natureza” como se costuma dizer. Não é como se eu parasse e decidisse “vou pensar sobre isso”, não, não é assim, é uma coisa que flui naturalmente de mim.
Apesar de mais limitada em alguns aspectos, à vida também é muito mais fácil de levar quando você não tem consciência dos seus problemas ou pelo menos como vejo muito por aí, se nega a ter, procurando ocupar o seu tempo e a sua mente com as coisas comuns do mundo evitando assim se dar conta de que nada na sua vida é muito como você esperava que fosse.
Apesar de sofrer por pensar demais nas coisas, não gostaria que fosse diferente, pois mesmo sofrendo ao perceber coisas que a maioria não consegue, ainda me sinto melhor do que aqueles que tentam não ver os problemas que os cercam, Vemos gente assim o tempo todo, diminuindo problemas que sabem que são chatos ou graves, disfarçando.


Uma das muitas reclamações que as pessoas têm de mim (não que eu me importe mais) é a de que eu me ofendo muito facilmente por motivos tolos. Bem, eu concordo com isso em partes, me conheço o suficiente para admitir que por eu ser sensível demais, pequenas coisas me afetam muito, mas ao mesmo tempo em que admito isso, não considero as pequenas coisas que me afetam, tolas ou sem importância. Quem somos nós pra julgar o tamanho da dor do outro ou se as coisas que o machucam são ou não relevantes? Eu já escrevi sobre isso aqui, tempos atrás. Como podemos dizer que os motivos pelos quais a pessoa está magoada, triste ou deprimida não têm importância se não estamos na pele dela?
Adoro citar ditados, acho que vocês já perceberam isso. “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. No meu caso isso se traduz em como muitas pequenas coisas podem com o passar do tempo se tornar uma grande coisa. As pessoas me criticam muito pelo meu comportamento de hoje, pela minha frieza, indiferença, pelo meu rancor, mas nunca pararam pra se perguntar o porquê me tornei assim, quais foram às situações pelas quais passei que me moldaram no que sou hoje. Como eu disse no começo, as pessoas evitam pensar essas coisas, evitam analisar aos outros e a si mesmas porque isso além de cansativo é doloroso.


A verdade é que ninguém tem culpa pelos nossos problemas, a não ser quando os provocam diretamente, todavia as pessoas usam esse pretexto também para se dar ao direito de serem indiferentes a você, “não tenho culpa, portanto isso não é um problema meu, tenho os meus próprios pra administrar”. Bom, verdade, se já é tão difícil lidarmos com nossos próprios problemas, quem dirá com o dos outros. Temos a obrigação disso? Não, creio que não. No mundo moderno e individualizado de hoje, se você não consegue administrar os seus próprios problemas você é considerado um ninguém, um pária, incapaz e indigno até mesmo de viver em sociedade. A vida não é como no filme O Senhor dos Anéis, onde um fraterno e dedicado Sam carrega seu companheiro Frodo nos ombros até as portas da montanha da perdição. No mundo de hoje, se você não conseguir caminhar com as próprias pernas é deixado para trás. Eu não sei dizer, não consigo opinar se isso é certo ou não, mas não consigo deixar de sentir que tem algo nisso que não bate, não consigo deixar de sentir que as coisas deveriam ser diferentes. Esperar um mundo com pessoas cheias de compaixão e preocupação com o alheio é sem dúvida um pensamento utópico, isso nunca vai acontecer, então só nos resta engolir as coisas como são.


Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design, além de pseudo-web-designer. É formado técnico em informática e sabe estourar pipoca sem deixar muitos piruás sobrando. Semi-nerd assumido (se é que isso existe), gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.


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7 Divagações

  1. Hum... eu sei bem como é. Quando algo dá errado tem alguém pronto para espetar o dedo em seu nariz. Quando tudo está bem, tem alguém pronto para lhe invejar. Achar que é muito você merecer tal bem estar, como se sua vida sempre tivesse sido cor de rosa. Tb quando vc só quer ouvir um "eu estou aqui" mesmo sabendo que ninguém poderá mudar nada para você, mesmo que do fundo da alma quisesse, o que mais ouve é um palpite de como vc deve fazer ou de como faria se fosse vc. Ninguém muda nada, mas julga o tempo todo. Pessoas são difíceis... vou arrumar um cão. Abraços

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  2. cheias de compaixão e preocupação com o alheio
    é sem dúvida um pensamento, utópico!
    Eu tento ser esta pessoas cheia de compaixão
    e preocupação , só que as pessoas não me
    dão oportunidades para ser amigo delas.
    Eu acho que todo mundo , a maioria pensa
    como você , então pessoas como eu, passam
    a ser estranhas, esquisitas, sabe a bichinha
    sentimental!!!
    ABraços meu querido amigo virtual, acredito
    que apesar da tua "aparente" fragilidade
    você seja por dentro um verdadeiro
    encouraçado!
    Capaz de suportar sozinho muito mais do que
    você possa imaginar!
    Haste la vista baby!

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  3. Vixi Edú o meu comentário saiu pela metade,o que houve meu camarada?
    Não valeu! Farei um outro comentário!
    Aguarde meu querido!
    Abraços, desculpe-me pela gafe hahahahhahah!

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  4. Ea Edu, realmente tem algo que não bate nessa história. Isso fica ainda mais evidente quando é você que é deixado para trás sozinho com seus problemas enquanto os outros seguem suas vidas.

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  5. Fala ae brother!!! gostei muito, muito mesmo do teu blog...muito bm feito, e quanto "A ignorância é uma benção" é o que eu penso no momento, espero que até o final da vida eu decubra que pensar é uma benção, mas por enquanto só me trouxe dor de cabeça...Rrrsss...
    visite o meu blog: www.gabrieldeaquino.blogspot.com
    vou ser seu seguidor, irá aparecer como hammerfall1998,
    valew, abrção!

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  6. Olá, Eduardo.
    Eu acredito que a ignorância seja uma bênção porque, uma vez que não se conhece a coisa tratada, não se pode assumir responsabilidade por ela. Saber é belo e perigoso porque implica em responsabilidade.
    Parabéns pelos textos concisos e bem elaborados.

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  7. A ignorância é uma bênção quando vc não sabe que um problema existe e consegue viver bem, quando o mais provável seria estar sofrendo ou preocupado. Eu tenho um livro que cita um caso de uma pessoa ignorante, sem saber dos problemas econômicos e da crise que o país vivia, começou com uma barraquinha na beira da estrada vendendo pastel e refresco e progrediu até ter um restaurante. Enquanto isso, as pessoas que "sabiam das coisas" tiveram medo de arriscar um negócio. Nesse caso, a ignorância foi mesmo uma bênção.

    Quanto às pequenas coisas que ferem, as pessoas não se tocam porque "pimenta nos olhos dos outros é refresco"! Ah! Agora fui eu que citei um ditado! Mas é verdade. E se a gente for falar o que houve pra pessoa que nos feriu, ela vai ficar indignada: "Nossa!!! Eu??? Vc se aborrece a toa!" - É o que iremos ouvir. Mas é mesmo o caso de pimenta nos olhos dos outros é refresco. Não vale a pena falar. A gente registra na mente e já sabe o que esperar daquela pessoa. Agora, tem gente que se importa sim com o problema dos outros. São raros, mas existem. O mundo não está totalmente perdido.

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