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Sobre fugir daquilo que não se pode vencer e o péssimo serviço de telefonia móvel do Brasil.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Na maior parte do tempo eu tomo decisões das quais me arrependo amargamente depois. Raramente tomo uma decisão acertada e mais raramente ainda, consigo distinguir quando é que agi certo ou errado em determinada situação. Odeio ser obrigado a tomar decisões, mas o problema é que a nossa vida é feita basicamente só disso e se você escolher não tomar decisão nenhuma, por medo das conseqüências, vai ficar parado no mesmo lugar por muito, muito tempo. 
No sábado passado eu finalmente tomei coragem e fiz uma coisa que ha tempos vinha querendo. Por mais que eu ainda queira ser amigo do meu rapazinho, ficar observando ele seguir com sua vida, conhecendo novas pessoas, envolvendo-se com elas de forma mais intima ou não, atrair-se por outros, que não eu, me deixa muito, muito mal. Sou por natureza, extremamente ciumento e possessivo, desses que, o que é meu é meu e de mais ninguém. Não vou entrar no mérito sobre se agir dessa forma é correto ou não, eu simplesmente sou assim, sou um animal sentimental e me apego facilmente ao que desperta o meu desejo. Então, sabendo disso, fiz a única coisa que sei fazer, que sempre fiz quando me encontro frente a uma situação com a qual não sei mais como lidar: fugi. Sou desses teimosos que, ou as coisas andam da forma que eu espero que andem ou eu pulo fora. E foi o que decidi fazer. Não por raiva ou por magoa, apesar de sim, eu continuar muito ressentido com ele, mas sim porque, como eu disse, simplesmente não sei mais como lidar com a situação e preciso de um tempo para ver como as coisas vão ficar. Redes sociais são uma merda foda, ainda mais quando se trata de relacionamentos amorosos. Fica difícil você terminar algo e seguir em frente, enquanto é obrigado a observar a outra pessoa também fazer isso, só que sofrendo bem menos que você. 
No fundo a maioria de nós espera que, quando terminamos um relacionamento, ambos os lados sofram, saiam muito machucados, isso acontece em muitos casos sim, mas não é uma regra. Geralmente a parte que pediu para terminar sofre bem menos. Afinal, por que ela sofreria se conseguiu algo que queria? Lógico que, a menos que a outra pessoa seja um poço de insensibilidade, ela vai sofrer ao ver você sofrendo por ela, mas é preciso também que ela admita para si mesma que rolou um alívio. Quando você quer dar um basta, seja no que for, é porque esse seja o que for não está lhe fazendo bem de alguma forma. Ou está te deixando infeliz, ou está te prendendo a algo que você não quer mais, podem ser “n” motivos. Eu digo a vocês que aquela velha desculpa clichê de “o problema não é você, sou eu, eu preciso de tempo, eu preciso de espaço, eu preciso repensar”, não, isso não existe. Basicamente o problema é você
Como eu disse, a outra parte sofrer por você não é um postulado. Você perde o sono, perde a fome, a vontade de trabalhar, de estudar e egoisticamente fica esperando que a outra parte sinta o mesmo, afinal, se ela te ama tanto como diz que ama, vai sentir. Mas aí o tempo vai passando, você fica feito um bobo esperando a pessoa voltar implorando as coisas pra você, dizendo o quanto o mundo dela está destruído pelo que houve, passam-se dias, semanas, meses e isso nunca acontece. Até que um belo dia você acorda, percebe que a pessoa está completamente em outra, com outros amigos, outros amores, outros interesses que não você e percebe o quanto foi idiota de ter ficado esperando, na expectativa de que ela percebesse o quanto errou e foi cruel com você. O quanto de tempo perdeu esperando ela sentir uma culpa que, na cabeça dela jamais existiu
Eu perdi a conta de quantas vezes passei por esse tipo de situação e o quanto sofri com isso. Por isso nos últimos anos, a estratégia que eu tenho adotado é sempre a mesma: eu vou até onde consigo, forço a situação até onde posso, geralmente inutilmente. Então, forçado a aceitar a situação ao final, de uma forma que não me agrada, faço a única coisa que consigo fazer: fujo
Eu disse a ele que preciso de um bom tempo, disse a ele que pretendo voltar a ter contato assim que colocar a cabeça no lugar e isso não é mentira. Eu quero manter a amizade e ele também. Disso tudo essa é a única coisa certa tanto pra mim quanto pra ele (embora me dê um certo receio falar por ele). Mas estou mentindo tanto pra ele quanto pra mim, quando digo que as coisas vão voltar a ser como antes, que a amizade vai ter a mesma força e que o carinho e a atenção dispensados, a preocupação vai ser a mesma. Não, não vai. E isso vai acontecer não por vontade dele ou pela minha, mas porque é assim que a vida funciona. Quanto mais você decide se afastar de algo ou alguém, mais você está escolhendo abrir mão daquilo. A vida vai acontecendo, as situações pelas quais obrigatoriamente passamos vão nos forçando a mudar e quando nos damos conta, não estamos reconhecendo mais a nós mesmos, quem dirá então, à outra pessoa. É, viver e passar por tantas coisas que passamos dói. Tentar ficar isento disso só vai adiar coisas inevitáveis que precisam acontecer na sua vida para que você aprenda com elas, pelo amor ou pela dor


Dramas a parte, lhes digo que a telefonia móvel no nosso pais (o Brasil), é mesmo uma cloaca de galinha velha bem fedida. Já faz um tempão que eu vinha namorando um smartphone, não porque eu realmente precise, mas sim porque todo mundo tem e eu não queria me sentir inferior aos outros. Então tanto quis, tanto quis que ganhei um recentemente, um muito bom, diga-se de passagem, do jeitinho que eu sempre sonhei, cheio de recursos, com jogos, aplicativos, câmera digital e o principal: acesso à world wide web
O meu presente chegou e eu já fui todo empolgado colocar mais créditos da famosa operadora TIM – Você Sem Fronteiras, uma vez que meus chips se encontravam em “Father of Saint Mode”, louco para clicar no ícone de internet, das redes sociais e navegar em altíssima velocidade enquanto caminho pelas ruas, assim como é mostrado nos comerciais de TV da empresa. Mandei ver em maravilhosos treze reais de crédito e sedento por tecnologia, cliquei no ícone do Facebook. Começaram então longos três minutos de espera, carregando... carregando... carregando, até que carregou. Muito mal e porcamente carregado, por sinal. Foi então que a vida me provou mais uma vez que nada vem de graça, inclusive a internet da TIM “ilimitada”, por apenas cinqüenta centavos o dia que usar. Isso se você conseguir usar. Ninguém da ponto sem nó. 


Acho que se eu consegui visitar quatro páginas em um dia, foi muito, pois na maior parte do tempo, ou elas não carregavam ou demoravam minutos para carregar e eu acabava desistindo. Colhi algumas opiniões de outros usuários de smartphone e todos me disseram que essa lentidão é normal, não só por parte da TIM, mas de todas as operadoras de telefonia. Me disseram que o único jeito de você ter uma internet veloz no celular é usando o serviço no Pós Pago, ou seja, pagando uma conta fixa todo o mês. 
Como se já não bastasse a minha decepção com a velocidade do serviço, depois de passar horas tentando acessar as páginas que tanto queria, eu recebi um SMS da operadora me informando que eu já havia ultrapassado a minha cota de 10MB do dia e que, em conseqüência disso, para evitar o “mau uso” da internet (essa eu não entendi), minha velocidade cairia de 300kbps (não sei de onde eles tiraram isso) para míseros 50kbps até o dia seguinte. 
Eu, que tinha o sonho de atravessar as ruas da cidade de olhos grudados na telinha do celular, atualizando o meu status para “pé na bunda”, enquanto caminhões e carros passavam ao meu redor, não tive êxito. Eu até consigo, mas é algo que demora uns cinco minutos, sendo que com o Wi fi eu consigo em cinco segundos
Quanto ao aparelho, que ganhei do meu muito, muito, muito amado amigo Raphael, meu anjo da guarda e uma das pessoas mais doces que já conheci, não tenho reclamações. Super moderno, como eu disse, cheio de recursos e absolutamente tudo o que eu queria. Um sonho realizado. Mas quanto ao nosso serviço de telefonia móvel eu só tenho a reclamar. Que todos os executivos, funcionários e acionistas da empresa, morram.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



1 Divagações

  1. Somos milhões de desalentados eclodindo do cu da Matrix para a libertadora , porém dura , realidade : A TIM é uma merda .

    Bem-vindo ao deserto da realidade.

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