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Sobre importantes figuras históricas, abandonar nocivos padrões de comportamento e o medo da morte.

domingo, 25 de agosto de 2013

As pessoas geralmente torcem o nariz quando eu raramente externo minhas opiniões sobre as religiões, sejam elas quais forem, e coloco Jesus Cristo no mesmo patamar de Buda ou Gandhi. Sempre digo que acredito em Deus e Jesus a meu modo, assim como também creio em Buda ou Gandhi. E quando eu digo "creio", não quero dizer que sigo os ensinamentos deles ou que concordo com tudo, mesmo porque, eu acho que pra criticar as coisas você precisa ter um certo conhecimento de causa. Não critico na verdade as religiões, de fato não são elas que me desagradam, mas sim as pessoas por trás delas, que as manipulam, que ditam suas regras e normas em nome de Deus ou outras divindades quaisquer. 
Não creio que Jesus seja uma figura mítica, ele existiu, isso é comprovado historicamente. Acredito que ele tenha feito tudo o que dizem que ele fez, vivido e sofrido tudo o que dizem que ele sofreu, mas odeio idolatria de qualquer tipo, seja para popstars ou deuses, detesto o fato de muitas religiões quererem competir entre si, querendo mostrar às pessoas que "o meu Deus vale mais do que o seu, o meu Deus é o único Deus". Odeio a hipocrisia e a soberba das religiões. 
Para mim, Jesus foi uma importante figura da história da humanidade e que deve ser respeitada, assim como foi Gandhi, assim como Buda. Pessoas iluminadas, evoluídas, que nasceram predestinadas ao bem, ao amor ao próximo e a mudar a visão das pessoas. Almas iluminadas e evoluídas que vieram pra ajudar a humanidade (sem muito sucesso, como se pode ver). 
Eu respeito Jesus, não o idolatro, não o temo, não o amo, eu o respeito. Afinal, respeito é bom e todo mundo gosta. Aí você fala que não ama Jesus e as pessoas mais puritanas ficam revoltadas. Oras, mais hipocrisia. Tem gente que não ama nem os próprios pais e vai na igreja louvar a Jesus. Bom, minha opinião, não que importe pra alguém, é claro.


No próximo dia 26 de agosto será o meu aniversário de 37 anos e eu decidi comemorar a data antecipadamente, já que durante os dias úteis da semana isso é impossível, devido ao trabalho e às aulas noturnas. Geralmente não gosto de comemorar essa data, não tenho nada contra, mas é meio irrelevante pra mim. Quando a gente é criança é tudo muito divertido, mas depois de adulto eu perdi o pique pra isso e não vejo mais muito sentido. Pra mim, é apenas mais um dia de sua vida. Ganhar parabéns é gostoso, ganhar presentes é gostoso demais, não nego, mas nada disso muda o fato de que esse dia vai chegar, vai passar e a vida continua. Contudo não sou radical ao extremo. Já fui, mas a idade vai chegando, você vai se tornando a cada dia mais idoso e percebe que insistir em certos padrões de comportamento não vão te levar a lugar nenhum. Convidei então alguns amigos, poucos, para irem comigo a um famoso restaurante Tailandês aqui da cidade. Bom ambiente, boa comida e as melhores companhias que se pode desejar.
Sempre digo que prefiro qualidade à quantidade, pois muitas pessoas se cercam de dezenas de "amigos", mas não recebem de nenhum deles a atenção, apoio, compreensão e o carinho que gostariam de receber. Já eu, muito pouco me basta. Na verdade não precisaria nem de festa, presentes ou parabéns. Estar com pessoas que me fazem bem, que tem a me acrescentar e que acima de tudo me respeitam, é o máximo. Um dos melhores dias do meu ano de 2013, que aliás, tem estado bem diferente e inovador, desde que eu decidi deixar pra trás certas coisas que estavam me fazendo mais mal do que bem.


Já dizia uma antiga cantiga de umbanda: "Não tenho medo da morte, porque sei que vou morrer". Uma dessas frases clichês que me marcou. Não me lembro se a ouvi em alguma reportagem da televisão ou quando era bem pequeno e minha mãe, indecisa sobre qual religião seguir, frequentou a umbanda por um tempo e me arrastou junto. Mas isso é outra história.
Com tantas coisas bacanas me acontecendo, o medo da morte é uma coisa que, noite sim, noite não, tem não tirado, mas atrasado meu sono em alguns preciosos minutos. Quando você não dá valor a nada, quando não consegue enxergar as coisas bacanas que acontecem na sua vida, quando não se ama nem um pouco que seja, viver ou acabar morrendo, seja de morte natural ou por algum acidente se torna sem importância pra você, muitas vezes chega-se até a desejar isso. Mas depois que você começa a dar um pouco mais de importância para si mesmo e a sua própria felicidade, quando enxerga mais claramente algumas coisas, tudo se torna melhor, contudo, o medo de que tudo isso escape de suas mãos acaba aumentando também. Você se vê numa fase boa de sua vida e de repente se pega pensando: "Quero continuar assim. Quero me esforçar pra continuar assim". Mas o fato é que você só pode controlar o que fazer ou não de sua vida, que decisões tomar, mas o término disso tudo é um grande imprevisto, a gente nunca sabe o dia de amanhã e isso pra alguns dá um certo medo.
Não que eu fique o tempo todo temeroso, refletindo sobre isso, mas estou cansado de ver o tempo todo pessoas cheias de planos e sonhos irem embora daqui das formas mais imprevistas possíveis, como o caso daquele rapaz conhecido meu, bombeiro de vinte e poucos anos, que morreu num acidente na estrada.
Certa vez eu li uma história em quadrinhos dos X-Men em que dois deles debatiam sobre isso. Uma amiga em comum havia acabado de morrer e a jovem mutante Jubileu chorava nos braços de Wolverine e dizia que tinha muito, muito medo de morrer de repente, que ela não queria isso e que tal pensamento a assustava demais. O Wolverine deu um abraço forte na garota e de forma carinhosa respondeu: "_Não é de morrer que você deve ter medo, Jubileu. Todos nós fazemos isso. É não viver a sua vida ao máximo antes do fim, o que deve assustar você, guria".


Sem mais.

Sobre o Autor:
Eduardo Montanari Eduardo Montanari é dono dos blogs Divagações Solitárias e Du-Montanari Design. É formado técnico em informática, trabalha como designer e diagramador. Nerd assumido, gosta de quadrinhos, anime, mangá, entre outras nerdices e esquisitices.



1 Divagações

  1. Que bom que você teve momentos prazerosos em seu aniversário. Fico feliz em saber. Parabéns, que esse ano de vida que começa seja recheado de coisas boas.

    Quanto a religião. hoje penso exatamente como você. Buda e Jesus pra mim estão em pé de igualdade. Simpatizo mais com o budismo atualmente, acho bacana eles trabalharem sobre o faça sua mudança você mesmo. Acho o cristianismo muito assistencialista. Muito "deixa nas mãos de Deus, sabe"?
    Abraços.

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