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Sensações rotineiras de todos os meus finais de ano.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Quando, perto do final do ano de 2005 (dois mil e cinco), soube ter sido aprovado para cursar, no Colégio Técnico Industrial, o curso de informática, me senti como Harry Potter descobrindo que era um bruxo e sendo convidado para estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Se não me engano, havia acabado de ler o quinto livro da saga, intitulado Harry Potter e a Ordem da Fênix e estava bastante empolgado com a idéia de, após tantos anos, voltar a estudar, fazer novos amigos (os quais, na minha cabeça, seriam eternos, como nos livros) e aprender coisas novas, "mágicas" novas. Diz o ditado que "antes tarde do que nunca" e hoje, não mais alimento esse tipo de ilusão, a vida não é como contada nos livros e filmes de cinema. Amizade e amor, hoje, são coisas valorizadas por poucos e compreendidas por um número ainda menor.
Com tudo o que tem me acontecido recentemente, coisas sobre as quais não pretendo falar, pois não vai valer a pena, percebo o quanto sou cercado de pessoas bacanas sim, mas que confundem demais amizade e amor com mero coleguismo. Sei que não o fazem propositalmente, sei que não são pessoas ruins, mas me espanta constatar que elas não conseguem enxergar uma diferença diferença tão evidente.

Quando eu era mais novo e reclamava desse fato, as pessoas me culpavam pela minha própria solidão, diziam que eu era uma pessoa retraída, fechada, que evitava o contato. Segui então o conselho dos "mais sábios" do que eu e, conforme fui ficando mais velho, fiz um esforço maior para interagir com as pessoas à minha volta. Foi então que comecei a perceber que a coisa não era tão unilateral como me diziam.
Já escrevi sobre isso aqui, mas gosto de me repetir vez em quando, sobre que, certa vez, um conhecido, o qual já considerei um amigo, pra variar, me disse que a amizade é como brincar de gangorra, não é algo que se possa fazer sozinho, exige um esforço de ambas as partes. Não vou me estender nessa filosofia porque, como disse, já escrevi sobre ela, além de ser algo bem simples de se entender, mas o caso é que não sinto isso acontecendo na minha vida, em relação as pessoas que me cercam. Não lhes quero mal, assim como sei, eles também não me desejam nada de ruim, o problema é que na maior parte do tempo não sinto vir delas, um esforço maior para fazerem parte de minha vida. Sinto, da parte delas, uma neutralidade para comigo.

Compreendo que, depois que nos tornamos adultos, nossas responsabilidades aumentam, nosso tempo livre diminui, mas ainda assim me incomoda demais ver que, não importa o quanto eu me esforce para manter as pessoas perto de mim, no meu convívio, elas não fazem o mesmo, não abrem mão de sua rotina ou seus compromissos, os quais julgam importantíssimos e inadiáveis, sempre me obrigando a esperar que elas tenham um tempo disponível para mim, o qual, dramas à parte, é meio raro. Hoje, por exemplo, não me importo mais tanto em ir ao cinema sozinho, pois adoro filmes e quando estou empolgado em assistir algum do meu interesse, pouca coisa me impede, mas confesso que isso é bem mais legal com uma ou mais de uma companhia. Entretanto fico frustrado ao perceber que, na maioria das vezes, não importa o quanto eu convide ou o espaço de tempo que eu dê entre um convite e outro, ninguém parece se interessar muito, todos parecem ter coisas mais interessantes para fazer e pessoas mais interessantes com as quais conviver. Sinceramente confesso que é irritante pra mim, receber comentários aqui e ali, de pessoas dizendo o quanto sou importante pra elas ou o quanto apreciam minha companhia, mas sempre recusando meus convites, por terem outros afazeres.
Não me entendam mal, não se trata de eu achar que essas pessoas são mentirosas, que não se importam comigo ou que me prestam algum tipo de favor, fazem caridade, se forçando a me fazer companhia, acredito que elas realmente tenham coisas melhores e mais importantes pra fazer do que ficar afagando meu ego e suprindo minha carência afetiva, eu só gostaria que, já que elas não estão em condições ou muito dispostas a me dar o tempo que dizem gostar de me dar, que parassem de ficar falando todo dia e toda hora o quanto sou bacana, sou uma companhia agradável e que gostam de estar comigo. Magoa.

Ah, e apenas para constar, esse texto não é uma indireta para ninguém em específico, é apenas, como sempre, mais um de meus "desabafos", generalizando as coisas. Se alguém ainda estiver lendo isso, peço que não se ofenda e vista a carapuça, se achar que essa lhe serve.


EDUARDO MONTANARI
Virginiano, bauruense, estudante de Design, ilustrador e web designer. Amante de cinema, quadrinhos, boa música e outras nerdices. Sonhando com o namorado ideal.



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